Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Hermann, Daiana |
Orientador(a): |
Rosenfield, Cinara Lerrer |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/196164
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Resumo: |
O presente estudo buscou compreender as dinâmicas de ruptura e fragilização de laços familiares e sociais ao longo da trajetória de vida de mulheres presas por crimes relacionados ao tráfico de drogas. A pesquisa parte do fenômeno, já bastante reconhecido, de que mulheres sofrem processos de abandono na prisão por parte de seus familiares, fenômeno este que não ocorre entre homens encarcerados. A partir do aporte teórico oferecido pela teoria dos vínculos sociais (PAUGAM, 1994; 2009; 2012; 2017) analisamos os percursos dos laços nos distintos momentos da vida das mulheres entrevistadas, buscando identificar quais as transformações desencadeadas pela experiência da prisão. Compreendemos que a existência do vínculo familiar, especialmente no contexto das classes populares, depende, em grande medida, da performance das mulheres e de sua resposta às expectativas de gênero referentes à economia dos cuidados (HIRATA, 2009; 2010; 2014). Neste sentido, visamos apreender quais são as expectativas e papéis de gênero que deixam de ser performados pelas mulheres quando estão presas, de modo a encontrar pistas para as razões que levam ao abandono feminino no cárcere. Os achados deste estudo giram em torno, principalmente, da compreensão de que as expectativas de gênero relacionadas às mulheres no âmbito familiar só podem ser satisfeitas mediante sua presença física, quando estas podem desempenhar funções relacionadas ao cuidado dos demais membros da família. Sua ausência, provocada pela intervenção do dispositivo penal, desequilibra esta organização, afetando não apenas o vínculo que a integra ao grupo, mas o próprio grupo familiar em si: no contexto da nossa pesquisa, a presença da mulher no seio da família surge como uma condição sine qua non para que o vínculo se realize e seja robusto o suficiente para que o grupo se mantenha enquanto unidade capaz de fornecer proteção e reconhecimento aos seus integrantes. |