Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Sousa, Albertina Antonielly Sydney de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=84530
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Resumo: |
<div style="">O sistema penitenciário foi erguido sobre as bases de uma sociedade patriarcal e pensado sob a perspectiva masculina, negando visibilidade às mulheres que vivem em reclusão e negligenciando muitos de seus direitos mínimos. Diante disso, um dos eventos mais peculiares à vida feminina, a maternagem, é pouco compreendido no contexto do cárcere, sendo influenciado por fatores desde a representação da mulher como transgressora da lei - e, consequentemente, uma mãe má-, perpassando a falta de apoio social imposta pela detenção, até a estrutura inadequada dos estabelecimentos prisionais para atendê-la na condição de mãe. Diante disso, defende-se a tese de que, embora a maternagem no cárcere seja permeada por situações de estresse, a mulher detenta é capaz de adotar o papel materno de forma eficaz, por meio de um empoderamento individual. No entanto, a adoção deste papel é feita de forma solitária tendo em vista que, pelo aprisionamento, o apoio social advindo da família está fragmentado, e o do pai do bebê é quase inexistente neste contexto. Logo, objetivou-se analisar o apoio social na adoção do papel materno pela mulher detenta à luz da Teoria da Consecução do Papel Materno, buscando, especificamente: investigar a rede de apoio social de mães detentas, antes e após o encarceramento; descrever os tipos de relação entre elas e os componentes de suas redes de apoio; identificar, no ambiente prisional, os elementos de apoio social que influenciam na adoção do papel materno; e compreender como se configura o apoio social destas mulheres na assunção do papel materno. De abordagem qualitativa, o estudo foi realizado na penitenciária feminina na cidade de Aquiraz-CE, entre novembro de 2013 e setembro de 2014. Participaram do estudo 14 mães que viviam com os filhos no berçário, utilizando-se como instrumento de coleta de dados entrevista em profundidade, construção do genograma e ecomapa e observação simples e participante. Os dados foram analisados pela técnica de análise de conteúdo de Bardin, da qual emergiram três categorias para fins de discussão: Antecipando a maternidade: da descoberta à aceitação da gravidez e figuras de apoio relacionadas; Indo ao encontro do bebê real: o apoio social no trabalho de parto, parto e puerpério e elementos envolvidos na maternagem reclusa; A maternagem dividida e a despedida do bebê real, as quais foram discutidas à luz da Teoria da Adoção do Papel Materno de Ramona Mercer. Os resultados evidenciaram um perfil de mães jovens, com pelo menos dois filhos, pardas, solteiras, advindas de baixos estratos socioeconômicos, com baixa escolaridade e presas por tráfico de drogas. Quanto ao desempenho do papel materno no contexto prisional, confirmou-se a tese de que, mesmo que a maternagem no cárcere seja permeada por situações de estresse e que a mulher detenta seja socialmente vista como uma mãe má, ela é capaz de adotar o papel materno de forma eficaz, evidenciando autopercepção positiva e satisfação com o desempenho do mesmo. As fontes de apoio percebidas pelas mulheres nos diferentes momentos da maternagem foram apontadas na figura da mãe, do próprio filho, das colegas detentas, das agentes penitenciários e das igrejas, tendo sido caracterizadas como satisfatórias. Palavras-chave: Gravidez. Mães. Prisões. Relações mãe-filho. Enfermagem. Cuidados de enfermagem. </div> |