Paleomagnetismo e paleointensidade relativa do testemunho SER-01 (Bacia de Sergipe-Alagoas) durante o cretáceo inferior

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Roisenberger, Henrique Berger
• Orientador(a): Savian, Jairo Francisco
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Magnetoestratigrafia; Paleomagnetismo; Cretáceo inferior
• Palavras-chave em Inglês: Cretaceous normal superchron; Paleosecular variation; Relative paloeintensity; Magnetostratigraphy
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/273800

O Cretáceo inferior é caracterizado por importantes mudanças na paleoceanografia e paleoclima da Terra. Estas mudanças incluem o campo magnético da Terra, que apresentou um evento de polaridade normal de 121.4 a 83.65 Ma, extendendo-se do Aptiano Inferior até aproximadamente o limite Santoniano/Campaniano, conhecido como Superchron Normal do Cretáceo (SNC). O comportamento do campo geomagnético durante o SNC não é bem conhecido e há poucos registros deste evento no hemisfério sul. Este trabalho apresenta os primeiros resultados paleomagnéticos de alta resolução dos sedimentos do Aptiano Superior – Albiano Inferior da Bacia de Sergipe-Alagoas, Brasil, e suas implicações para a variação paleosecular e paleointensidade relativa (PIR) na região equatorial. O modelo de idades foi construído utilizando dados bioestratigráficos. Estudos de magnetismo de rocha foram realizados no testemunho SER-01 para identificar o portador magnético dos sedimentos através da análise de curvas de histerese, aquisição da magnetização remanente isotérmica (MRI) e magnetização remanente anisterética (MRA), curvas termomagnéticas, bem como dados de magnetismo ambiental. O mineral portador magnético é de baixa coercividade, provavelmente magnetita de origem detrítica. A contribuição relativa dos portadores magnéticos apresentou uma pequena variação, sendo manifestada através dos parâmetros de magnetismo ambiental. Dados direcionais de alta qualidade foram obtidos após a desmagnetização progressiva por campos alternados definindo uma grande zona de polaridade normal (provavelmente o SNC), mas com pequena reversão próximo à transição Aptiano-Albiano. Os resultados encontrados apresentam semelhanças quando comparados com estudos anteriores no Tétis. Registros de PIR foram obtidos utilizando três diferentes métodos que mostram semelhança nas curvas de variação da peleointensidade relativa, sugerindo que as variações são mesmo relacionadas às variações do campo geomagnético, e não da mineralogia magnética. Os dados mostram que o SNC foi caracterizado por uma baixa dispersão angular e baixa variação da PIR. Este trabalho apresenta os primeiros estudos de PIR, apenas o terceiro registro global e o primeiro registro no hemisfério sul de um evento de polaridade reversa que ocorreu entre o ISEA e o M”-2r” em 113,3±1,6 Ma. Este evento foi acompanhado por uma fraca intensidade do campo geomagnético seguido por um aumento brusco.