Avaliação de parâmetros clínicos, laboratoriais e de imagem de gatos em estágio I e II da doença renal crônica submetidos a cintilografia renal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Schaefer, Gabriela da Cruz
Orientador(a): Costa, Fernanda Vieira Amorim da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/247594
Resumo: Na rotina clínica, o diagnóstico da doença renal crônica (DRC) baseado somente na dosagem sérica de creatinina é tardio. O objetivo da detecção precoce da DRC é a instituição de intervenções terapêuticas que possam retardar a progressão da mesma, preservando a função renal. Novos biomarcadores de função renal, como a dimetilarginina simétrica (SDMA), estão sendo incorporados na rotina de diagnóstico. Além disso, alterações ultrassonográficas de morfologia renal foram pouco estudadas quanto a perda de função renal por meio da mensuração taxa de filtração glomerular (TFG). A cintilografia renal é uma técnica que permite avaliar, além da morfologia, a função renal por meio da quantificação da TFG. Este estudo teve como objetivos avaliar ferramentas utilizadas rotineiramente no diagnóstico de estágios iniciais de DRC em gatos, comparando-as com a TFG mensurada por meio da cintilografia renal, bem como descrever um modelo para avaliar essas variáveis simultaneamente. Para isso, gatos aparentemente saudáveis foram avaliados com base na dosagem sérica de creatinina e SDMA, urinálise, relação proteína/creatinina urinária e exames de imagem renal. Tais parâmetros foram comparados com a TFG mensurada pela cintilografia renal. Os gatos foram divididos em três grupos: saudável (ausência de alterações de morfologia renal e creatinina sérica menor que 1,6 mg/dL), DRC I (presença de alterações de morfologia renal e creatinina sérica menor que 1,6 mg/dL) e DRC II (creatinina sérica igual ou maior que 1,6 mg/dL com ou sem alterações de morfologia renal). O teste de Pearson foi utilizado para correlacionar variáveis quantitativas e o teste de ANOVA para comparar as médias dos parâmetros nos três grupos. Um modelo de regressão logística foi aplicado para determinar quais variáveis auxiliaram a prever a baixa TFG (<2,5 ml/min/kg). Quarenta e quatro gatos foram incluídos no estudo, sendo 14 (31,8%) no grupo saudável, 20 (45,5%) no grupo DRC I e dez (22,7%) no grupo DRC II. Houve diferença significativa entre as médias da TFG entre o grupo saudável e os outros dois grupos, porém não houve diferença significativa entre o grupo DRC I e DRC II. A creatinina sérica correlacionou-se inversamente com a TFG, enquanto o teste point-of-care (POC) para SDMA não se correlacionou nem com a creatinina sérica, nem com a TFG. Um grande número (40,9%) de gatos aparentemente saudáveis apresentaram redução da TFG. O teste POC para SDMA não foi um bom preditor da baixa TFG neste estudo. A taxa de filtração glomerular foi significativamente menor em gatos não azotêmicos com alteração de morfologia renal (DRC I) se comparada com o grupo saudável, e metade dos gatos no grupo DRC I apresentaram baixa TFG. O modelo de regressão logística identificou três variáveis que previram a chance de os gatos apresentarem baixa TFG: creatinina sérica (OR=18,319; p=0,019), perda de definição corticomedular (OR=19,862; p=0,022) e contornos renais irregulares (OR=65,645; p=0,003) e mostrou boa capacidade preditiva para detectar redução da TFG.