Exportação concluída — 

A (des)naturalização da contradição discursiva e a (in)visibilidade da classe trabalhadora : confrontando os sentidos da reforma trabalhista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Guimarães, Gleny Terezinha Duro
Orientador(a): Ferreira, Maria Cristina Leandro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/274602
Resumo: Este estudo faz a triangulação entre discurso-linguagem, trabalho-história e sujeito-ideologia, fundamentando-se, epistemologicamente, na teoria materialista do discurso, linha filiada a Michel Pêcheux e ao materialismo histórico nas perspectivas althusseriana e marxiana. Partimos do pressuposto de que os objetos teóricos mobilizados formam uma torção discursiva num processo deslinear, disruptivo, descontínuo e contraditório das relações produtivas e dos processos de produção da formação social capitalista. Fazemos um recorte do lugar discursivo do sujeito-trabalhador, que é afetado pela Reforma Trabalhista. O objetivo é o de analisar os efeitos de sentido no processo de discursivização da/sobre a reforma trabalhista que afetam a classe trabalhadora, a fim de demonstrar a opacidade entre reprodução e transformação que caracteriza as relações de trabalho. O nodus discursivo seminal diz respeito aos mecanismos discursivos que se coadunam com a desigualdade social e com a crescente precarização das condições dos processos de trabalho do sujeito, que vende sua força de trabalho “livremente” ao capital. Naturalizar e evidenciar o óbvio do funcionamento discursivo sob domínio da Formação Ideológica Neoliberal é resultante do funcionamento ideológico, através da interpelação do indivíduo em sujeito que naturaliza e homogeneiza os sentidos do dizer. O corpus discursivo desta pesquisa é heterogêneo, constituído por 300 textos jornalísticos oriundos de diferentes veículos de informação que publicam notícias da/sobre a Reforma Trabalhista no período de agosto de 2016 a março de 2023. Os resultados da análise indicam uma rede parafrástica que constitui a formação discursiva de defesa da Reforma Trabalhista, formação que é a hegemônica em relação à ideologia neoliberal e cujo principal sujeito enunciador é o representante do Estado e seus apoiadores. Outros sentidos deslizam para a formação discursiva de oposição à reforma e indiciam movimentos de resistência da classe trabalhadora. Ambas as formações discursivas estão sob o domínio da Formação Ideológica Neoliberal. A partir do gesto de interpretação do funcionamento discursivo da/sobre a Reforma Trabalhista, concluímos que a noção de contradição discursiva nos possibilita compreender o silenciamento da luta de classes e a invisibilidade da classe trabalhadora diante da ofensiva do discurso neoliberal.