Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Santos, Marí Castro |
Orientador(a): |
Henriques, Amelia Teresinha |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/243063
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Resumo: |
O gênero Cuphea (Lythraceae) compreende aproximadamente 108 espécies identificadas no Brasil. Vários estudos mostraram que Cuphea spp. têm potencial para atuar principalmente como antimicrobiano, anti-inflamatório, diurético, antihipertensivo e antitumoral. Investigações fitoquímicas indicaram a presença majoritária de compostos polifenólicos. O presente trabalho teve como objetivo investigar a composição química de quatro espécies de Cuphea encontradas no Rio Grande do Sul, avaliar a inibição da enzima conversora de angiotensina (ECA), in vitro, otimizar o método extrativo e validar o método para quantificação da miquelianina em C. glutinosa. Por fim, avaliar a atividade anti-inflamatória, in vitro, com a atividade antiquimiotáxica das espécies de Cuphea, e investigar o potencial antiinflamatório da miquelianina, in vivo, em modelo zebrafish. As análises químicas dos compostos foram realizadas por UHPLC-MS usando ESI-Q-TOF. Os ensaios de inibição da ECA foram determinados com base no método descrito por Tabatabei com algumas modificações, na concentração de 100 ng/mL e os valores foram determinados por experimentos em triplicata. As condições ótimas para a extração de miquelianina das folhas de C. glutinosa foram determinadas utilizando um planejamento fatorial fracionário (PFF) e um planejamento composto central (PCC). O método por UPLC-PDA foi validado, seguindo as diretrizes atuais. A atividade antiinflamatória, in vitro, foi avaliada pela capacidade de C. calophylla, C. carthagenensis, C. glutinosa, C. racemosa, e dos compostos isolados: miquelianina, miricitrina, além do controle positivo indometacina (em concentrações de 0,1 a 10 μg/mL) em inibir a migração de leucócitos pelo método de Boyden. Para atividade anti-inflamatória, in vivo, o indutor inflamatório (LPS) foi injetado no zebrafish por via intraperitoneal e após seis horas, nos grupos controle (PBS-negativo e dexametasona-positiva) e miquelianina foram injetadas as concentrações de 2,5, 7,5 e 15 mg/kg. Os grupos foram mantidos em aquários separados e após 24 horas, os animais foram sacrificados, dissecados e o cérebro congelado (-80ºC). Utilizando o homogenato cerebral, a modulação neuro-inflamatória foi avaliada (kits ELISA IL-1β e TNF-α). Os resultados mostraram 26 compostos polifenólicos, principalmente derivados de quercetina, miricetina e canferol. Desses compostos, dez são descritos no gênero pela primeira vez. A inibição da atividade da ECA apresentou como principais resultados: miquelianina 32,41%, C. glutinosa (31,66%), C. carthagenensis (26,12%) e C. calophylla (23,81%). Os resultados indicaram C. glutinosa como a espécie mais promissora. Assim sendo, a espécie teve a obtenção do seu extrato otimizado com os seguintes parâmetros: planta:solvente 1:60 (m/v), porcentagem de solvente etanol 38%, tempo de 60 minutos, cinco extrações e tamanho de partícula ≤ 180 μm. O método apresentou excelente seletividade, linearidade, precisão (repetibilidade e precisão intermediária abaixo de 2,18 e 1,40%, respectivamente) e acurácia (recuperação média de 90,6%). O conteúdo médio de miquelianina em C. glutinosa foi de 1,03%. A capacidade dos extratos hidroalcóolicos das espécies de Cuphea, miquelianina e miricitrina, de inibir a migração de leucócitos, foi estatisticamente significante em relação ao controle negativo (p <0,05). A inibição percentual variou de 23,5 a 100% para as amostras, enquanto a indometacina (controle positivo) inibiu 81,17%, na concentração de 10 μg/mL. Para todas as amostras, na concentração de 10 μg/mL, o efeito antiquimiotáxico foi significativamente maior (p <0,001), com porcentagens de inibição de 61,2, 62,3, 70,0, 76,0, 100 e 100% para C. carthagenensis, C. racemosa, C. glutinosa, miricitrina, C. calophylla e miquelianina, respectivamente. Em resposta ao modelo de neuro-inflamação, a miquelianina apresentou comportamento semelhante ao grupo controle (PBS), não demonstrando diferença significativa nas concentrações testadas. Resumidamente, os resultados obtidos sugerem que o potencial inibidor da ECA seja aumentado pela presença da miquelianina, além das interações entre os diferentes fitoconstituintes presentes no extrato. Além disso, observou-se que a otimização do método extrativo nas folhas de C. glutinosa aumentou a concentração de miquelianina no extrato bruto e o método foi validado de acordo com a legislação vigente. Com relação à inibição da inflamação, as amostras apresentaram efeito significativamente antiquimiotáxico, porém a miquelianina não inibiu a neuro-inflamação, in vivo, no modelo zebrafish, nas doses testadas. Portanto, o gênero Cuphea apresentou importância como agente antihipertensivo, corroborando com o uso popular, contudo novos ensaios com diferentes concentrações devem ser realizados em modelos experimentais, in vivo. |