Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Santos, Gabriel Róger Jacobsen |
Orientador(a): |
Martins, Ana Tais |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/180997
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Resumo: |
Nesta dissertação estudamos o Imaginário fenomenológico da vigilância a partir de matérias publicadas pelo jornalismo de referência brasileiro que abordam mecanismos de vigilância em suas narrativas, a fim de descobrir quais as motivações pulsionais que orientam essas práticas. Iniciamos a pesquisa tendo como pressuposto a ideia de que o jornalismo tem na vigilância um elemento fundamental de composição de seu Imaginário e que, portanto, oferece um ambiente privilegiado para buscar as simbolizações sobre os mecanismos de vigiar, podendo nos dar acesso ao Imaginário da vigilância e, indiretamente, ao Imaginário do próprio jornalismo. Buscamos, inicialmente, compreender qual o cenário estabelecido entre as comunicações em rede, as novas configurações da vigilância e as formas de estar-junto, apontando o encadeamento entre essas três condições que acabam por instaurar uma socialidade própria no contemporâneo. Consideramos primeiramente que a pulsão estética (de partilha), acompanhando Michel Maffesoli, é a principal norteadora do cimento social da atualidade, sendo uma forma de transfiguração da questão política. Consideramos também o trabalho de Byung-Chun Han para compreender a extensão e a força com que se consolidou o valor da transparência no contemporâneo. Consideramos ainda que tais comunicações em rede, motivadas pela pulsão de partilha e alimentadas pelo valor da transparência, estão intimamente relacionadas aos mecanismos de vigilância do contemporâneo, que atuam de forma sutil, eficiente, descentralizada e distribuída, conforme o trabalho de Fernanda Bruno. Classificamos os mecanismos de vigilância em três grandes regimes (panóptico, escópico e de rastreamento), de acordo com trabalho de Lucia Santaella. Atentamos para o regime mais recente da vigilância e de mais difícil delimitação, o de rastreamento, estudando especialmente sua manifestação na internet e sua configuração nas bolhas de filtros, com auxílio de Eli Pariser. A partir do estudo do social e da vigilância nele implicada, partimos para o detalhamento teórico do Imaginário e da maneira com que se formam as imagens simbólicas no trajeto antropológico, das pulsões às coerções. Isso é feito através do estudo das obras de Gilbert Durand, Mircea Eliade e Ana Taís Martins Portanova Barros, tendo como principal objetivo apresentar os regimes das imagens simbólicas descritos por Durand e como tais imagens se articulam entre o pulsional e o social. A teoria de Durand também nos serve de heurística para realizar a etapa analítica do trabalho, em que buscamos os símbolos universais descritos pelo autor, através de um procedimento chamado de leitura simbólica, dentro de nosso corpus – composto por 17 matérias publicadas na Folha de S.Paulo e no Estadão e que abordam diretamente mecanismos de vigilância panópticos, escópicos e de rastreamento. As leituras simbólicas, que são interpretações das matérias a partir dos grandes símbolos da humanidade, mostraram concentrações e repetições de imagens apenas do regime esquizomorfo, apresentando assim uma narrativa simbólica – paralela à narrativa textual – que dá a ver um cenário de guerra, medo, perigo, incerteza, alerta e queda. Na conclusão, realizamos, primeiramente, uma interpretação sobre a característica de equilibração e compensação do Imaginário para, a partir disso, compreender que essa reincidência de imagens semelhantes representa uma repressão de símbolos de outros regimes simbólicos, relegados no contemporâneo. Ao buscar a interpretação dos símbolos preponderantes em contato com o cenário teórico estabelecido sobre o social, percebemos que o investimento em uma hiper-transparência positiva, que visa a ignorar simbolizações “negativas” do ser, retorna como opacidade que se manifesta como violência e confusão. |