Fronteira, identidade, narrativa: tradição e tradução em Sérgio Faraco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Kahmann, Andrea Cristiane
Orientador(a): Masina, Lea Silvia dos Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/10250
Resumo: Este trabalho de pesquisa tem o escopo de abordar a produção literária de Sergio Faraco, adentrando ao estudo de fronteiras e de suas implicações nas esferas antropológica, cultural e identitária, valendo-se de ferramentas dos Estudos Culturais e dos Estudos de Tradução. Partiu-se de um duplo viés e considerou-se, especialmente, o enfoque na tradição, que Faraco leva a cabo na sua produção como contista, e na tradução, feita a partir da obra de Mario Arregui, escritor uruguaio com quem o alegretense manteve uma amizade de quase quatro anos, documentada nas cartas trocadas durante o período. Entrementes, visando a estabelecer o debate sobre a literatura dos gaúchos, propôs-se uma análise sobre os influxos platinos no sistema literário sul-riograndense, atentando para a oposição / aproximação do personagem gaúcho sul-rio-grandense com relação ao seu Outro castelhano e desvelando as construções de planos simbólicos de referência. Pretendeu-se, pois, abordar a (re)absorção da tradição da gauchidade, amparada no resgate memorialístico que acabou por renovar o regionalismo sul-rio-grandense e que teve em Sergio Faraco um de seus expoentes mais consideráveis. Foram abordados os contos que constroem o Outro platino não mais como inimigo, e sim como mais um pobre marginado buscando sobreviver ao interstício. Da mesma forma, os dois livros que Sergio Faraco traduziu de Mario Arregui deixam entrever o engajamento de pôr na ordem do dia as semelhanças entre os seres humanos de um e outro lado da fronteira. Mais do que mera reprodução do Outro em língua vernácula ou um processo de tradução cultural, o acolhimento dos platinos, por parte de Faraco, ilustra a disposição de trazer ao debate as semelhanças narrativas, culturais e ideológicas que voltam a unir esse pampa, outrora sem alambrado. Nessa trilha, empregou-se a metodologia comparatista, dispondo de uma organização inferencial dedutiva e partindo-se de postulados gerais rumo ao particular. Além de suprir uma lacuna na produção acadêmica, que tão pouco tem abordado esse importante escritor e tradutor, espera-se estar contribuindo para o estudo de fronteiras na literatura e do contrabando de imaginários, incitando novos temas em face das teorias críticas latino-americanas.