Fatores influenciando a aderência à terapia endócrina adjuvante no primeiro e no quinto ano de tratamento entre pacientes com câncer de mama em país em desenvolvimento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Nicoletti, Antônio Pedro
Orientador(a): Damin, Andrea Pires Souto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/263475
Resumo: Introdução: o câncer de mama é a principal causa de morte oncológica no Brasil e em muitos países ao redor do mundo. Ao longo das últimas décadas, novas medicações foram incorporadas à prática clínica, transformando o tratamento da doença. A fim de minimizar o risco de recorrência e de morte, a terapia endócrina adjuvante (TEA), por meio do uso de tamoxifeno ou de inibidores da aromatase principalmente, é usada em mulheres cujos tumores expressem receptores hormonais. O sucesso da terapia, entretanto, está associado à aderência da paciente à medicação, que atinge taxas aquém das expectativas ao longo dos 5 anos habituais de tratamento adjuvante. Objetivo: avaliar a proporção de pacientes que é aderente/não-aderente à terapia endócrina adjuvante divididas em 2 diferentes coortes em momentos distintos do tratamento: no início da terapia (1º ano) e no seu fim (5º ano). Método: estudo transversal avaliando aderência à TEA por meio do Brief Medication Questionnaire e a qualidade de vida com o auxílio de um questionário validado da EORTC (EORTC QLQ - BR23), além disto, foi avaliada a associação entre a falha ao uso da TEA com características clínicas e sociodemográficas. Resultados: foi observada falha de aderência de 23% no primeiro ano e de 35% no quinto ano (p=0,035). Nos dois grupos de pacientes, a exposição à quimioterapia, a polifarmácia e o diagnóstico prévio de DM ou HAS contribuíram para que as pacientes apresentassem menor aderência ao tratamento; além disso, no subgrupo de pacientes no quinto ano de tratamento, IMC mais alto, idade ≥50 anos e menopausa ao diagnóstico também contribuíram para menor aderência ao tratamento. A única variável identificada como fator de proteção para maior aderência ao tratamento foi o tempo de escolaridade maior que 9 anos. Variações em escores de qualidade de vida, apesar de nossa expectativa inicial, não contribuíram para o aumento da proporção de pacientes má aderentes à TEA. Conclusão: a proporção de pacientes que não é aderente à TEA é alta em ambas as coortes, e a taxa de pacientes não aderentes aumenta com o tempo, estando relacionada, sobretudo, à polifarmácia, à exposição à quimioterapia e ao diagnóstico prévio de DM/HAS. É essencial incorporar na prática clínica métodos de rastreamento que avaliem a falha de aderência à TEA, assim como incorporar medidas que busquem reduzir a baixa aderência ao tratamento, como educar as pacientes sobre os benefícios da terapia, manejar comorbidades por meio de mudanças no estilo de vida e, dessa forma, reduzir polifarmácia. Detectar e tratar precocemente os eventos adversos da Te também podem reduzir a não aderência.