Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Daniel |
Orientador(a): |
Raya-Rodriguez, Maria Teresa Monica |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/206392
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Resumo: |
Os padrões de distribuição de espécies de bivalves em grandes regiões hidrográficas e ecorregiões, os fatores ambientais que influenciam a estrutura das assembleias de bivalves em macro escala, as variáveis que influenciam as flutuações populacionais de espécies invasoras e métodos eficazes para o controle da população de bivalves invasores, sem efeitos tóxicos para os organismos aquáticos, são os temas menos estudados na América do Sul. Com base na revisão da literatura e coleções malacológicas, 168 espécies de bivalves nativos e cinco espécies invasoras foram registrados para 52 regiões hidrográficas da América do Sul. Presença e ausência de espécies foram analisadas por meio de coordenadas principais pela filogenia-ponderada. Testes de Mantel foram usados para correlacionar a distribuição de espécies invasoras e riqueza de espécies de bivalves nativa em regiões hidrográficas. Com o objetivo de avaliar os fatores ambientais que influenciam a estrutura das assembléias de bivalves ecorregiões da América do Sul, um conjunto de 24 ecorregiões localizadas no Brasil e parte dos países vizinhos foi selecionado devido à maior disponibilidade de dados ambientais e maior número de material depositado em coleções científicas. Atributos fisiográficos, tais como declividade, altitude, área dos polígonos, precipitação, temperatura do ar, bem como indicadores de química da água, especialmente pH e conteúdo catiônico, foram avaliados por meio de vários métodos estatísticos, uni e multivariados. Índice de raridade espécie foi calculado para cada região, a fim de quantificar a endemicidade das áreas. No que diz respeito à avaliação populacional do mexilhão- dourado, a fim de avaliar a influência de variáveis imunológicas em recrutamento, entre outubro de 2006 e setembro de 2007 substratos artificiais foram expostos em duas estações de amostragem, localizadas em um delta interior no Sul do Brasil. As amostras de água para análise de variáveis limnológicas foram coletadas nos mesmos locais. A análise de variância e multivariada das variáveis limnológicas e dos descritores populacionais mostrou sazonalidade definida. Com o objetivo de selecionar agentes microbianos para o controle do mexilhão- dourado, duas linhagens e três formulações comerciais disponíveis no mercado e registrados para o controle de dípteros foram avaliados por meio de bioensaios. Os ensaios ecotoxicológicos foram realizados para avaliar a toxicidade sobre organismos não alvo da formulação comercial mais eficiente para o controle do mexilhão-dourado. A riqueza de espécies mais elevada foi detectada no Atlântico Sul, Uruguai, Paraguai e Amazonas, regiões hidrográficas brasileiras. A linhagem Veneroida foi mais representativa em regiões hidrográficas, que são mais pobres em espécies e localizados a oeste da América do Sul. As linhagens Mycetopodidae e Hyriidae foram predominantes em regiões que são mais ricas em espécies em direção ao leste do continente. A distribuição da espécie invasora Limnoperna fortunei não está relacionado com a riqueza de espécies em diferentes regiões hidrográficas. As regiões hidrográficas apresentaram distinta composição filogenética, independentemente do nível de riqueza. Em relação às assembléias de bivalves em ecorregiões, observou-se a riqueza de espécies de bivalves é maior em grandes áreas de menor declive e alta riqueza de peixes. A elevada riqueza de unionídeos com estágio larval parasita também foi relacionada para a área do polígono e alta riqueza de peixes. A maioria dos fatores ambientais que explicam a estrutura das assembleias bivalves foram atributos fisiográficos e da riqueza de espécies de peixes. Quanto ao mexilhão-dourado, a liberação de larvas e recrutamento começou na primavera. A variação dos descritores populacionais foi associada com a temperatura da água, condutividade, alcalinidade total, e os sulfatos. A sobrevivência do mexilhão dourado na faixa de pH 4-11, após 120 horas de exposição pode permitir a sobrevivência de populações em condições adversas e intermitentes no ambiente aquático. Quanto aos agentes microbianos, Bacillus thuringiensis sv . kurstaski HD-1 mostrou um elevado potencial para o controle do mexilhão-dourado, com potencial para o desenvolvimento de uma nova formulação comercial . VECTOBAC Solution ® aquoso (AS) foi a formulação comercial mais eficiente para o controle do mexilhão dourado. No entanto, a concentração letal de VECTOBAC para o controle de mexilhão é muito mais elevada do que a concentração eficaz para matar dípteros, e pode ser tóxico para os organismos não alvo. As seguintes conclusões são destacadas. Não só deve a riqueza ser considerado um critério para priorizar áreas para conservação, mas também a diversidade filogenética das comunidades que prestam serviços e aspectos funcionais relevantes a manutenção do ecossistema. Atributos fisiográficos e a riqueza de espécies de peixes explicaram a estrutura das assembleias de bivalves nas ecorregiões aquáticas. Eventos geológicos do passado, que moldaram as paisagens da América do Sul contribuíram para a atual distribuição e composição de espécies de bivalves nas ecorregiões avaliadas. É interessante salientar o potencial do mexilhão dourado para a colonização de águas ácidas da Amazônia. Novas estirpes poderão ser isoladas a partir de mexilhão-dourado e avaliadas em novos bioensaios a fim de encontrar agentes microbianos mais eficazes para o controlo desta espécie invasora. |