Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Souza, Elisangela |
Orientador(a): |
Olschowsky, Agnes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/266694
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Resumo: |
A saúde mental tem passado por um processo de reforma, buscando romper com um modelo de exclusão pela hospitalização manicomial, em busca da desinstitucionalização, e, também, na inserção da pessoa, por meio de um modelo psicossocial de acolhimento, construção de vínculos e cuidado integral. Esse modelo de cuidado acabou por trazer o atendimento às pessoas com doenças mentais para os hospitais gerais. Porém, nem todos os profissionais de saúde, já inseridos nesse campo de trabalho, foram preparados para atender a essa população. E ainda persistem obstáculos para a implementação desse modo de cuidar, seja na implementação, seja na sensibilização e/ou na produção/reprodução do saber/fazer oriundo da reforma psiquiátrica. Este estudo tem como objetivo geral analisar as implicações do cuidado de enfermagem a pessoas com transtornos mentais internadas em unidades clínicas de um hospital geral. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, exploratória descritiva, realizada nas unidades de internação clínica de um hospital de grande porte da cidade de Porto Alegre, RS. A coleta de dados ocorreu por meio de pesquisa em prontuários eletrônicos e de 13 entrevistas discursivas com indivíduos internados por motivo de doença clínica e que possuem doença psiquiátrica associada, durante os meses de maio de 2022 e junho de 2022. A análise foi orientada de acordo com Cardano (2017), dividida em três etapas: Segmentação, Qualificação e Individuação. Aprovado no Comitê de Ética sob o parecer CAAE no 56129322700005327. Os resultados apontaram estar presentes no cuidado de enfermagem atitudes afetivas por meio do acolhimento, diálogo e gestos de carinho; atitudes psicoterapêuticas, com escuta e aconselhamento; e atitudes reabilitatórias em meio a ações de assistência social. Foram identificadas vulnerabilidades individuais relacionadas ao autocontrole e desesperança, baixa escolaridade e subemprego; vulnerabilidades sociais como preconceito, estigma e baixa autonomia do enfermeiro; e vulnerabilidades programáticas, como ociosidade relacionada à ambiência hospitalar, abordagem nas questões de saúde mental, predomínio do modelo biomédico, com fragmentação do cuidado, e desarticulação no atendimento psicossocial em rede. Os resultados apontam para que a enfermagem se apodere do cuidado, enquanto ferramenta sensível à escuta e ao acolhimento, percebendo a pessoa a qual cuida e suas necessidades, com interação, humanização e integralidade do cuidado, com vistas à reabilitação. Espera-se, ao dar voz às pessoas entrevistadas, compreender as fragilidades do cuidado e identificar potencialidades, buscando estratégias junto a outros campos do saber, percebendo a abrangência do processo de saúde e os diversos significados que explicam um processo de adoecimento, um cuidado generalista, integral e longitudinal, a fim de seguir com a luta antimanicomial e com o trabalho em rede. |