Competição morfológica e ilhas de confiabilidade na morfologia derivacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Quadros, Emanuel Souza de
Orientador(a): Schwindt, Luiz Carlos da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/131626
Resumo: No domínio da morfologia derivacional, é difícil encontrar padrões de formação de palavras que possam se aplicar a todas as bases que se encaixam em seus contextos de aplicação. Isso equivale a dizer que a produtividade de padrões derivacionais costuma ser limitada. Entre as causas dessa limitação, vemos que formações potenciais são frequentemente bloqueadas por itens lexicais já existentes; em outros casos, elas são suplantadas por expressões formadas por padrões derivacionais concorrentes. Este trabalho dedica-se a explorar tais situações de competição. Iniciamos pelo exame da ideia de produtividade e de como entender as diferenças quantitativas entre padrões rivais quanto a este aspecto. Fazemos, em seguida, uma discussão mais detida da competição morfológica e da noção central de bloqueio, contrapondo às teorias gramaticais de base lexical uma abordagem pragmática deste fenômeno. Por fim, apresentamos o modelo desenvolvido em Albright e Hayes (1999) e em trabalhos posteriores, que explora a ideia de que o grau de confiabilidade do emprego de padrões morfológicos em diferentes contextos fonológicos é um fator determinante da produtividade desses padrões, bem como da competição entre eles. Testamos este modelo utilizando dados dos sufixos -ção e -mento, que se encontram em competição há bastante tempo no português. Estes dados provêm do Dicionário Houaiss 3.0 e de um levantamento de textos de jornais e blogs, coletados com o auxílio de programas computacionais desenvolvivdos para este trabalho. Nossos resultados sugerem que a manutenção da produtividade de -mento ao longo da história, mesmo após -ção ter se tornado o padrão dominante de nominalização, foi escorada pela existência de contextos fonológicos em que -mento atinge um alto grau de confiabilidade. Dada a produtividade da primeira conjugação, foram particularmente importantes os contextos de aplicação de -mento encontrados entre palavras desta classe verbal. Com base nestas generalizações, mostramos como um modelo estatístico é capaz de prever, na maior parte dos casos, a escolha entre estes dois afixos diante de uma nova base verbal.