Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Vieira, Alexandra Ferreira |
Orientador(a): |
Oliveira, Álvaro Reischak de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/202207
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: As doenças cardiometabólicas têm sido associadas ao elevado consumo de bebidas adoçadas. Estes produtos são responsáveis pela maior porção do consumo total de frutose na dieta e sugere-se que a ingestão excessiva deste monossacarídeo possa promover efeitos negativos na saúde, devido algumas particularidades de seu metabolismo. Entretanto, faltam dados na literatura demonstrando os efeitos deletérios do consumo diário de frutose sobre a função endotelial, influenciados pelas possíveis alterações nas concentrações de ácido úrico, e se o treinamento aeróbio é capaz de prevenir ou atenuar estes prejuízos em humanos. OBJETIVO: Verificar o efeito de 4 semanas de dieta rica em frutose associada ao treinamento aeróbio sobre fatores de risco para doenças cardiometabólicas, incluindo as concentrações de ácido úrico e marcadores relacionados a função endotelial. MÉTODOS: O presente estudo trata-se de um ensaio clínico randomizado controlado, cego e em paralelo. Vinte e um homens e mulheres adultos jovens, com idades entre 19 e 35 anos, foram randomizados em três grupos: Dieta Rica em Frutose (DRF), Dieta Rica em Glicose (DRG) e Dieta Rica em Frutose e Exercício (DRFE). Durante as 4 semanas de intervenção, os sujeitos foram submetidos à dieta personalizada, incluindo 1g/kg de massa corporal de frutose ou glicose por dia. O grupo DRFE realizou 3 sessões semanais de 60 minutos de exercício aeróbio em intensidade moderada (65% da frequência cardíaca obtida no consumo de oxigênio de pico) em bicicleta ergométrica. Antes e após este período, foram realizadas coletas de sangue, para verificar as concentrações de ácido úrico, nitrito/nitrato (NOx), endotelina-1 (ET-1), colesterol total (CT), triglicerídeos (TG), lipoproteína de baixa densidade (LDL), lipoproteína de alta densidade (HDL), glicose, insulina, proteína C-reativa (PCR) e substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), e foram avaliadas as variáveis dilatação mediada por fluxo (DMF), índice de resistência à insulina (HOMA2-IR), índice da capacidade funcional das células beta pancreáticas (HOMA2-%B), índice de sensibilidade à insulina (ISI) e pressão arterial de 24 horas (MAPA). As comparações foram realizadas através das Equações de Estimativas Generalizadas (GEE), adotando-se os fatores grupo e tempo. Foi utilizado o post-hoc de LSD para identificar diferenças. Todos os resultados foram expressos em média e desvio padrão e o nível de significância aceito foi 5%. Para todas as variáveis, o tamanho de efeito (TE) foi calculado (Cohen d). RESULTADOS: Observou-se efeito de interação entre grupo e tempo para as concentrações de ácido úrico (p=0,035), no qual o grupo DRF exibiu aumento (4,46±1,11 mg/dL para 4,74±1,22 mg/dL; TE: 0,22; p=0,040) da semana 0 para a semana 4. O grupo DRG (5,27±1,56 mg/dL para 5,40±1,32 mg/dL; TE: 0,08; p=0,573) e o grupo DRFE (5,40±0,87 mg/dL para 5,66±0,66 mg/dL; TE: 0,31; p=0,220) não apresentaram alterações significativas entre a semana 0 e a semana 4, porém DRFE aumentou as concentrações de ácido úrico entre a semana 2 e a semana 4 (p=0,013). As concentrações de glicose também apresentaram interação entre grupo e tempo (p≤0,001), sem alterações entre os momentos pré e pós. Porém foi encontrado aumento entre a semana 2 e a semana 4 no grupo DRF (p=0,037) e, no grupo DRFE, aumento da semana 0 para a semana 2 (p=0,019) seguido de redução da semana 2 para a semana 4 (p=0,003). Por outro lado, demonstrou-se interação para a pressão arterial sistólica (PAS) de 24h (p=0,029), na qual o grupo DRFE apresentou queda do momento pré para o momento pós intervenção (110,68±8,20 mmHg para 107,17±8,15 mmHg; TE: 0,40; p=0,018). Também foram observadas interações para as variáveis PAS de sono (p=0,010) e pressão arterial diastólica (PAD) de sono (p=0,008). O grupo DRF apresentou incrementos na PAS (98,98±9,13 mmHg para 104,99±9,58 mmHg; TE: 0,59; p=0,022) e na PAD (53,71±6,32 mmHg para 60,98±9,95 mmHg; TE: 0,80; p=0,009) de sono e o grupo DRG exibiu reduções na PAS (103,12±5,82 mmHg para 100,26±4,15 mmHg; TE: 0,52; p=0,028) e PAD de sono (56,29±6,43 mmHg para 54,80±5,56 mmHg; TE: 0,23; p=0,031) após as 4 semanas. CONCLUSÃO: O consumo de 1g/kg de massa corporal de frutose por dia, durante 4 semanas, é capaz de aumentar as concentrações de ácido úrico e promover incrementos na pressão arterial de sono em adultos saudáveis. Por outro lado, o exercício aeróbio associado ao consumo de frutose atenua as alterações nas concentrações de ácido úrico e impede os prejuízos causados pela frutose na pressão arterial de sono. |