Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Perin, Letícia de Andrade |
Orientador(a): |
Bahima, Carlos Fernando Silva |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/289798
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Resumo: |
A Casa Farnsworth (1945-1951) de Mies van der Rohe e a Glass House (1949) de Philip Johnson capturam a imagem de transparência sonhada pela Glasarchitektur, como queria o poeta Paul Scheebart e como realiza o arquiteto Bruno Taut em 1914 no Pavilhão de Vidro da Exposição Werkbund. A ideia transposta para o espaço da planta livre pós International Style é recinto único plenamente transparente limitado em sua luminosidade apenas por dois pla nos paralelos piso e teto que oferecem máxima continuidade visual entre interior e paisagem circundante. A casa para o casal Eames (1945-1949) não se enquadra exatamente nessa noção de transparência radical, mas pode ser entendida como uma casa que alterna painéis transparentes e opacos. No Brasil, Lina Bo Bardi e Oscar Niemeyer projetam casas para si próprios, Casa de Vidro (1949-1951) e Canoas (1953) respectivamente, caracterizadas por transparências dos núcleos sociais e opacidade no setor íntimo. Nesse contexto, a presente pesquisa busca alargar a ideia radical de casa de vidro, uma vez que busca incorporar diferentes maneiras de entender a transparência moderna do ambiente doméstico. Desde os projetos de Mies van der Rohe em solo europeu em torno da década de 1930, a ideia de transparência se associa a uma espacialidade fundamentada no esqueleto independente: o debate entre coluna ou pilar com a parede opaca e transparente. Em alguns casos, a oposição se relaciona com a binuclearidade do programa – social versus íntimo. As realizações do Pavilhão Alemão (1929) e, da Casa Tugendhat (1928-1930), os diversos projetos não construídos, constituem um verdadeiro laboratório de experiências envolvendo o esquema de estrutura independente com pátios, entendidos como elemento fundamental de articulação entre os núcleos do programa doméstico e o espaço externo. A casa três pátios (1934) e a casa Hubbe (1935) representam esse período experimental. Por seu turno, após a Segunda Guerra Mundial, a disseminação e popularização da arquitetura moderna mundo afora é responsável por uma incrível quantidade e variedade de projetos e realizações, especialmente em solo norte-americano, relacionadas com a transparência e domesticidade propiciadas pelas casas de vidro. Arquitetos europeus que imigraram para os USA em função da Segunda Guerra - entre eles o próprio Mies, e incluindo nomes como Marcel Breuer e Richard Neutra, somam-se a arquitetos locais. O objetivo deste trabalho é, portanto, estabelecer um panorama ampliado das casas de vidro projetadas e construí das em solo norte-americano no período de duas décadas, entre 1945 – 1965, com o intuito de mapear as variações no âmbito da transparência e opacidade. O aumento considerável de exemplares se associa a uma expansão das possibilidades de compor uma casa de vidro a partir de novos arranjos entre núcleos, pátios e paisagem. O pavilhão de vidro e a casa-pátio se mesclam, oportunizando exemplares híbridos. Mantém-se a oposição entre planos opacos e transparentes. Estes se revisam, a transparência absoluta se alterna com translucidez e refletividade. |