Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Leite, Marcelo André Ferreira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/60991
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Resumo: |
A trama narrativa dominante da arquitetura moderna brasileira concedeu mais espaço aos grandes centros urbanos, à utilização de técnicas como as do concreto armado e do aço, à arquitetura de gênio, às obras públicas ou institucionais, e ao papel quase messiânico do arquiteto franco-suíço Le Corbusier. Nesse contexto, o arquiteto paulista Oswaldo Arthur Bratke (1907-1997) acabou relegado à uma posição secundária na história, por ser um expoente da arquitetura de ofício, ter se dedicado majoritariamente à tipologia residencial unifamiliar e nunca ter se prendido a doutrinas, preferindo uma busca livre e múltipla por referências no Brasil e no exterior. O bairro Jardim do Embaixador, empreendimento cuja concepção, urbanização e primeiras edificações foram realizadas por Bratke a partir de 1944,se localiza na cidade paulista de Campos do Jordão – e por ser uma produção interiorana, feita com madeira e pedra, e relacionada com arquiteturas norte-americanas – foi esquecido por seu criador que, após se tornar eminentemente moderno e sendo uma pessoa demasiadamente modesta em relação à sua obra, não fez questão de divulgar nem preservar para a posteridade muitos projetos – sobretudo aqueles realizados nos anos 1930 ou 1940, como é o caso desse bairro. Diante de tal cenário, esse trabalho buscou inserir-se na trilha aberta por inúmeras pesquisas empreendidas nos últimos trinta anos, as quais ampliaram o entendimento da arquitetura moderna brasileira ao questionar o paradigma unívoco que por muito tempo existiu e reconhecer outras expressões do moderno no país. Construído num momento da história jordanense em que o governo estadual realiza investimentos em infraestrutura hoteleira e planejamento urbano com o objetivo de incentivar a atividade turística, o Jardim do Embaixador foi idealizado como bairro-jardim destinado a abrigar modernas casas de campo para uma rica clientela do arquiteto, se adequando a um imaginário de abrigo rústico na montanha que permitisse contato com a natureza sem perder certas comodidades da vida urbana. Não deixa, porém, de apresentar algumas das particularidades de Bratke em relação à produção moderna nacional: economia, rigor construtivo, experimentalismo e compreensão mais ampla do fenômeno arquitetônico. Assim, tivemos por objetivo inventariar e analisar o plano urbanístico e o acervo residencial construído no bairro, identificando inovações espaciais, técnicas e estéticas incorporadas nessa arquitetura, em relação com produções anteriores e posteriores do arquiteto. Além da introdução e da conclusão, o texto é dividido em quatro capítulos: o primeiro revisa a constituição da trama narrativa dominante na arquitetura moderna brasileira e o estado da arte sobre Bratke; o segundo aborda as transformações socioeconômicas em curso na Campos do Jordão do segundo quartel do século XX e descreve o projeto urbano do Jardim do Embaixador; o terceiro foca nas casas de campo como locais propícios para experimentações arquitetônicas e traça um perfil dos primeiros moradores do bairro; e o quarto comenta a arquitetura do Jardim do Embaixador por meio de seis chaves de análise: implantações, usos do espaço, aberturas, estruturas e acabamentos em alvenaria, estruturas e acabamentos em madeira e coberturas. |