Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Dalbosco, Simone Nenê Portela |
Orientador(a): |
Doll, Johannes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/18267
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Resumo: |
O envelhecimento populacional é um processo universal, que não afeta apenas o indivíduo, mas também a família e a sociedade. No Brasil, o número de idosos está crescendo, o que torna necessário discutir sobre o exercício do cuidado destinado ao sujeito idoso, sobretudo o hospitalizado, bem como as perspectivas que este possui a respeito de si mesmo, dos familiares e dos profissionais cuidadores. O objetivo geral desta pesquisa qualitativa consistiu, assim, em conhecer e compreender a percepção do sujeito idoso hospitalizado a respeito de si mesmo e dos cuidadores familiares e profissionais. Foram sujeitos da pesquisa 19 idosos hospitalizados, com 60 anos ou mais, capazes de responder às questões aplicadas oralmente, a partir de um roteiro prévio, após várias observações, no período de 2007 e 2008, numa instituição hospitalar privada do RS. Tais respostas foram analisadas com base nas seguintes noções: conceitos e preconceitos relativos ao sujeito idoso; o autocuidado e o cuidado prestado por familiares e profissionais; perda de autonomia e institucionalização: a relação do idoso com o profissional cuidador; profissionais cuidadores da área da saúde; o profissional cuidador e a profissional cuidadora: a desigualdade entre os gêneros; qualidade de vida e saúde dos profissionais "cuida(dores)"; o surgimento dos hospitais; a ética, o SUS e as políticas públicas de saúde do idoso. Por meio da análise dos conteúdos, chegou-se a quatro categorias, definidas pelas respostas e não pelas questões: 1) "o idoso fala sobre si e sua doença"; 2) "a percepção do idoso com relação ao cuidador: os âmbitos familiar e profissional"; 3) "percepção do idoso em relação à instituição hospitalar"; 4) "percepção do idoso com relação aos seus direitos e deveres". A partir das respostas analisadas, concluiu-se que muitos sujeitos idosos não tinham clareza sobre a "sua" patologia; verificou-se a esperança em relação à vida e à cura de sua doença geralmente associada à religiosidade e à fé; esteve presente, ainda, a preocupação de se constituir um paciente permanente, com dependência irreversível dos medicamentos ou dos "cuida(dores)", perdendo, assim, a sua autonomia como sujeito. Em relação à instituição, embora tenha se constatado um atendimento ético e parcimonioso, nem sempre isso foi evidenciado pelos sujeitos idosos. O idoso com patologias graves referiu sentir-se mais seguro no hospital por ter ali o apoio técnico indispensável, preferindo, nessa ocasião, o cuidador profissional. Apesar da intenção explícita nas políticas públicas em considerar o idoso como sujeito em uma nova fase de vida, com necessidades e cuidados específicos, verificou-se que os direitos dos idosos ainda são desconhecidos pela sociedade e por eles próprios. A geriatria, a gerontologia e os novos conceitos delas decorrentes não alcançaram, ainda, todos os profissionais cuidadores de idosos, e menos ainda os seus familiares. Daí a urgência de um processo educativo e educador em torno do novo paradigma que busca, entre outras coisas, "pagar uma dívida" para com os idosos e resgatar o sujeito que a modernidade relegou a um lugar periférico e de invisibilidade. |