O apoio matricial como metodologia para o trabalho em saúde no sistema prisional : fatores favoráveis, desfavoráveis e contribuições

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Schultz, Águida Luana Veriato
Orientador(a): Dias, Míriam Thaís Guterres
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/182009
Resumo: Objetivo: Compreender como os fatores estruturais, gerenciais, culturais e epistemológicos afetam o trabalho de uma Equipe de Atenção Básica prisional (EABp) e em que medida a metodologia de Apoio Matricial pode contribuir para o trabalho desta equipe. Método: Pesquisa-ação exploratória-descritiva e transversal realizada com 10 profissionais de saúde integrantes de uma EABp implantada em uma penitenciária feminina na região metropolitana do estado do Rio Grande do Sul – Brasil. Os instrumentos utilizados foram: técnica de grupo focal e ferramentas de Apoio Matricial (interconsulta, elaboração de planos terapêuticos e oficinas temáticas de educação permanente). As matrizes teóricas que orientaram o estudo foram a Taxonomia de Necessidades de Saúde e o Método Paideia, utilizados com teorias de médio alcance. Os dados foram analisados a partir da Análise Temática indutiva complementada por Ciclos de Codificação. Resultados: Foram construídos dois eixos temáticos, “Fatores desfavoráveis e favoráveis ao trabalho da EABp” e “Contribuições da metodologia de Apoio Matricial”, que se desdobraram em 11 subtemas, evidenciando: processos de precarização do vínculo ocupacional e das condições materiais de trabalho; relações hierárquicas e pouco dialógicas; correlação entre escassez de serviços sociais na prisão e medicalização da assistência; barreiras para inclusão das reclusas e egressas na Rede de Atenção à Saúde; ambiente estressor e saúde do trabalhador; atributos do acolhimento em saúde como fator favorável ao enfrentamento da cultura prisional; e o matriciamento como estratégia para o trabalho colaborativo e integrado entre os setores da prisão e em rede. Conclusão: O trabalho da EABp resulta dos fatores de macro e microgestão da clínica (contextuais e individuais) que afetam a qualidade do cuidado prestado, e por eles é influenciado. Há lacunas importantes na assistência e na gestão da Política de Saúde Prisional (fragmentação e desresponsabilização), facilitando aos problemas de saúde da população prisional passarem despercebidos e, por vezes, sem o acompanhamento adequado. A metodologia de Apoio Matricial mostrou-se uma ferramenta estratégica, que amplia a capacidade de cooperação, comunicação, integração, autogestão e responsabilização pelo cuidado em saúde, tanto na prisão quanto na rede assistencial, sendo esta última um desafio para a saúde no Sistema Prisional.