Avaliação da contaminação proveniente da mineração de carvão nas águas subterrâneas na Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá - SC

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Bellettini, Angela da Silva
Orientador(a): Bastos Neto, Artur Cezar
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/224067
Resumo: A água subterrânea é uma reserva natural essencial de água doce no mundo. No entanto, o crescimento populacional e econômico, em vários países, vem causando a contaminação de muitos reservatórios, como aquíferos de importância mundial, alguns situados na Bacia do Paraná. Atualmente, o avanço dos recursos tecnológicos e a diminuição de água superficial potável de fácil acesso têm alavancado melhorias e suscitado o interesse pelo monitoramento ambiental de águas subterrâneas. Nesse contexto, o aquífero Rio Bonito da Bacia do Paraná, que ocorre também na Região Carbonífera do Estado de Santa Catarina (Brasil) e na Bacia Hidrográfica do Rio Araranguá, tem sido muito utilizado para o abastecimento de água, por diversos setores da sociedade, apresentando riscos de contaminação. A região carbonífera é conhecida pela mineração de carvão e pelos cuidados mínimos com o meio ambiente que levaram a grandes passivos ambientais, como pilhas de rejeitos e/ou estéril, bocas de mina, entres outros, que impactam o solo e os recursos hídricos. Neste estudo, dados químicos de nove poços de monitoramento no aquífero Rio Bonito e quatro poços no aquífero formado porleques aluviais foram tratados e interpretados a partir de diagramas binários de variação, modelamento hidrogeoquímico, interpretação de imagens remotas e correlações com a geologia e a mineração do local. A geologia local também foi analisada pelo estudo de lâminas petrográficas de amostra de calha de poço de monitoramento e de testemunhos de sondagem armazenados no Serviço Geológico do Brasil –CPRM. Isso resultou na identificação de quatro tiposde águas subterrâneas que circulam no aquífero de topo e na base da camada de carvão Barro Branco, sendo este de tipo fraturado, com diferentes características hidrogeoquímicas, devido a processos de interação água/rocha e à contaminação pelas minas de carvão. Os poços nos leques aluviais mostraram uma água com características bem distintas entre eles e as águas subterrâneas captadas no Rio Bonito. Os poços de monitoramento estão localizados perto das minas, sendo que o PMAPAR05, o PMLAAR02 (PMALAR02B) e o PMLAAR04 mostraram contaminação por sulfato de mineração de carvão. Os resultados indicam que os aquíferos Rio Bonito e Leques Aluviais, na região estudada, estão contaminados por mineração de carvão, com altos níveis, em áreas limitadas, e que não apresentam melhoras significativas ao longo do tempo. A qualidade da água subterrânea registrada no monitoramento ambiental, a grande quantidade de dados ao longo do 6tempo e a diversidade de parâmetrosanalisados demonstram a importância de estudos de monitoramento da água subterrânea para a gestão de seu uso e para a mitigação da contaminação, bem como para a prevenção de novas áreas com passivos ambientais de mineração de carvão.