Interação entre epigenética, morte celular, inflamação, toxicidade sistêmica e a patofisiologia do transtorno bipolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Stertz, Laura
Orientador(a): Gottfried, Carmem Juracy Silveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/90100
Resumo: No transtorno bipolar (TB) diversas evidências apontam que a doença apresenta um curso progressivo, com os pacientes apresentando maiores anormalidades comportamentais, sensibilidade ao estresse e propensão a recaídas com o passar do tempo. A progressão pode ser refletida como uma sensibilização a diversos fatores, entre eles os episódios agudos de humor. Pesquisas indicam que esses episódios são “tóxicos” a múltiplos elementos do organismo humano. O presente estudo tem como objetivo avaliar, através de um estudo pré-clínico (modelo animal de mania induzido por danfetamina – AMPH) e um estudo clínico (estudo longitudinal aberto de 16 semanas), os mecanismos subjacentes ao episódio agudo de humor e à remissão clínica no TB, focando em vias de epigenética, morte celular, inflamação e toxicidade sistêmica. Nós observamos que a AMPH, um potente psicoestimulante, aumentou significativamente a atividade da enzima histona desacetilase (HDAC) no córtex pré-frontal (CPF) de ratos wistar, sem aumentar os níveis de expressão gênica e proteica da neurotrofina BDNF. Mais ainda, lítio, valproato e butirato de sódio atenuaram esse aumento, indicando que a inibição da HDAC é importante no manejamento das estereotipias comumente vistas em modelos animais de mania. Ainda, nós observamos que pacientes com TB não-medicados e durante o episódio agudo de humor apresentam maiores níveis séricos de moléculas associadas ao dano (DAMPs). Após o tratamento farmacológico, apenas pacientes assintomáticos apresentam a normalização dos níveis séricos de DAMPs, além de apresentarem diminuição dos níveis de TNF-α e aumento nos níveis de ácido úrico. Em conclusão, este estudo ressalta que no TB os pacientes podem apresentar diferenças individuais nas respostas ao tratamento em virtude de particularidades a níveis epigenéticos (inibição da HDAC) e bioquímicos (morte celular, DAMPs e inflamação), aumentando assim, a necessidade de farmacoterapias cada vez mais individualizadas.