Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Reyes Ramírez, Olga Lucía |
Orientador(a): |
Zitkoski, Jaime José |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
spa |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/174372
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Resumo: |
A visibilidade das comunidades indígenas que habitam as cidades é um fenômeno recente na Colômbia. Embora o país se proclame como multiétnico e multicultural na Carta Constitucional de 1991, reconhecendo a vasta diversidade que o compõe, a pluralidade indígena ainda é tecida a partir do senso comum, ligada a uma existência eminentemente rural. Considerando a conturbada realidade colombiana, diversos fatores incentivam as comunidades indígenas a migrarem para a cidade e permanecerem nela. Neste processo, as crianças indígenas pequenas se afastam das possibilidades e vivências oferecidas pelas comunidades e territórios de origem, para se construírem como indígenas. Diante dessa realidade, surgem em 2007 as Casas de Pensamento Intercultural (CPI) de Bogotá, como forma de dar uma resposta pertinente à primeira infância indígena (meninos e meninas entre três meses e cinco anos), que moram na cidade. Esta pesquisa aborda as estratégias de existência e re-existência que as crianças indígenas, suas famílias, comunidades e as equipes pedagógicas das CPI forjam no coração de Bogotá, como espaços vivenciais para se constituíremse como indígenas. No desenvolvimento da tese, mostra-se que as CPI potencializam seu trabalho graças aos movimentos e às vivências de apropriação e ressignificação feitas pelas comunidades indígenas que ali se encontram. Assim, as CPI se constróem a partir do encontro da diversidade, mediado por tensões, disputas e contradições. Situo-me nesse território utilizando as contribuições da antropologia da infância, em especial de Andrea Sulzc, Clarice Cohn e Angela Nunes. Para compreender as existências e re-existências, me baseio nas elaborações do pesquisador colombiano Adolfo Albán Achinte e proponho o essencialismo estratégico como uma forma de re-existência na cidade. Para tensionar a reflexão, recorro às contribuições de Catherine Walsh em relação à interculturalidade crítica. Contudo, o pensamento do filósofo argentino Rodolfo Kusch é o fino fio que une e encadeia cada um dos movimentos de aproximação que proponho. As vivências que atravessam a vida das crianças indígenas que estão nas CPI são apresentadas como um anúncio do surgimento de uma pedagogia mestiça, que assume o encontro das culturas como um cenário em disputa, mediado por tensões e contradições e, por essa mesma razão, profundamente fecundo. A partir desse cotidiano dinâmico, vivido em um cenário educacional indígena emergente na cidade, se constróem diversas formas de existência e re-existência, que se reúnem na música, na língua própria, na arte e no artesanato, na relação com o território de origem, na espiritualidade e na medicina ancestral. |