Termorregulação e percepção ao calor de meninos púberes : efeito da obesidade e do condicionamento aeróbico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Sehl, Paulo Lague
Orientador(a): Meyer, Flavia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/151413
Resumo: INTRODUÇÃO: O excesso de adiposidade é considerado um fator que prejudica a termorregulação durante exercício no calor; entretanto, isso não tem sido observado em alguns estudos que compararam adolescentes obesos e magros. Tal diferença entre estudos pode ser devida à falta de controle de fatores tanto individuais, como nível de condicionamento aeróbico, quanto metodológicos, como nível de hidratação e produção de calor metabólico. OBJETIVO: Testar a hipótese de que meninos obesos com condicionamento aeróbico e grau de hidratação similares aos de magros, apresentam prejuízos nas respostas termorregulatórias ou perceptivas ao se exercitarem num mesmo %VO2pico ou com mesma produção de calor metabólico. MÉTODOS: Foram recrutados para este estudo 50 meninos púberes, sendo quatro desses excluídos por critérios de sobrepeso. No total, 46 (23 obesos e 23 magros), aclimatizados ao calor e com similar VO2pico por massa muscular, participaram do protocolo experimental. Entre esses, 41 meninos foram categorizados de acordo com seu condicionamento aeróbico: 20 (10 obesos e 10 magros) apresentavam alto condicionamento – “highfit” (HIfit); e 21 (10 obesos e 11 magros), baixo condicionamento – “lowfit” (LOfit). Todos pedalaram por dois períodos de 25 min, separados por 10 min de intervalo, dentro de uma câmara ambiental (35°C, 40-45% de umidade relativa), em duas sessões diferentes apenas quanto ao alvo de intensidade do exercício: 1) intensidade relativa (IR) a 40-45% do VO2pico; e 2) produção de calor metabólico fixada (PCMF) em 5,5 W.kg-1. A temperatura retal (Tretal), a temperatura da pele (Tpele) e a frequência cardíaca (FC) foram avaliadas continuamente, e variáveis perceptivas (de esforço, sensação térmica e conforto térmico) foram registradas a cada 5 min. A massa corporal foi medida antes e após cada 25 min de exercício para calcular o balanço hídrico e o volume de suor. Os meninos mantiveram-se hidratados, ingerindo, no intervalo de 10 min, um volume de água semelhante às perdas de suor decorrentes dos primeiros 25 min de exercício. RESULTADOS: O aumento na Tretal até o final do exercício foi discreto e similar entre obesos e magros, mesmo quando os grupos foram categorizados em HIfit e LOfit. Tal similaridade foi observada também no aumento da Tpele entre os grupos. No geral, a FC foi maior nos obesos em alguns momentos da sessão IR e ao longo de quase todo o exercício da sessão PCMF. Mas, quando categorizados pelo condicionamento aeróbico, foi maior em OB-LOfit vs. magros (HIfit e LOfit) no minuto 40 da sessão IR, e maior em OB-LOfit vs. MA-HIfit no minuto 50 da sessão PCMF. Entretanto, isso não foi acompanhado pela percepção de esforço nas duas sessões de exercício, nem mesmo pela sensação de calor ou desconforto térmico. CONCLUSÃO: Quando o alvo de intensidade para o exercício foi fixado pela PCM ou relativo ao VO2pico, e a hidratação foi controlada, nenhuma desvantagem termorregulatória ou de percepção ao calor foi observada por parte dos obesos, independentemente do seu condicionamento aeróbico.