Do sertão às artimanhas do narrador : ou investigando o Grande sertão e as suas veredas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Alves, Cristiane da Silva
Orientador(a): Sanseverino, Antônio Marcos Vieira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/37444
Resumo: O presente trabalho busca analisar o sertão e as personagens que Guimarães Rosa imortalizou em Grande Sertão: Veredas, focando, principalmente, o modo como o autor aproveita materiais apreendidos da própria experiência, aliando-os a recursos imaginativo-fabulares de que se utiliza amplamente, recriando ou mesmo deformando a realidade em prol do universo ficcional. Igualmente, busca-se averiguar a formação dos homens e o papel das mulheres no ambiente sertanejo criado por Rosa, espaço recoberto por valores masculinos, território violento e, aparentemente, hostil ao elemento feminino. Para tanto, toma-se como base teórica os estudos sobre a família patriarcal realizados por Gilberto Freire em Casa Grande & Senzala e Sobrados e mucambos, bem como os estudos acerca do romance de Guimarães Rosa desenvolvidos por Kathrin Rosenfield e Luiz Roncari, entre outros. Dá-se destaque para a relação de Riobaldo com as mulheres, além de empreender-se uma análise mais apurada da personagem Diadorim, a ―moça virgem‖ que encarna a aparência e os valores de um jagunço destemido a fim de vingar a morte do pai e promover a ordem no sertão. Seguindo o estudo, avalia-se a travessia de Riobaldo, investigando a transformação do protagonista/narrador ao longo da narrativa: de pobre menino, órfão e sem pertences, a chefe destacado e herói, até finalmente tornar-se fazendeiro. Por fim, volta-se a presente análise para o narrador e a confiabilidade de seu relato, enfatizando-se os artifícios empregados ao longo da narração para atrair e/ou ludibriar o interlocutor (e o leitor). Após várias leituras do livro, com o apoio do referencial crítico-teórico, a principal conclusão que se extrai do estudo de Grande Sertão: Veredas é que seu texto, habilmente arquitetado, conduz a uma leitura encantatória e, não raro, ingênua. Quem pretende de fato apreender o livro, deve ser meticuloso e atento, empregando esforço crítico e constantes releituras para desvendar os significados ocultos por detrás de suas paisagens, aventuras e artimanhas narrativas. Espera-se, com este trabalho, promover a reflexão e ampliar as possibilidades de leitura e compreensão da obra rosiana.