Morbimortalidade cirúrgica de pacientes com câncer de reto submetidos à ressecção anterior com ou sem anastomose primária : estudo de coorte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Lazzaron, Anderson Rech
Orientador(a): Damin, Daniel de Carvalho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/221712
Resumo: Introdução: embora a preservação da continuidade intestinal seja um dos objetivos principais da cirurgia do câncer de reto, a anastomose colorretal pode ser um procedimento de alto risco para pacientes com múltiplas comorbidades. Objetivo: avaliar as taxas de complicações pós-operatórias em pacientes com câncer de reto de acordo com o tipo de cirurgia realizada (com ou sem anastomose colorretal) e de acordo com a presença de fatores de risco para deiscência de anastomose. Métodos: realizou-se um estudo de coorte retrospectivo. Foram revisados os prontuários de todos os pacientes com adenocarcinoma de reto submetidos à proctectomia (TME) no período de 2003-2018 no Serviço de Coloproctologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Foram excluídos pacientes com metástases à distância sincrônicas, cirurgia paliativa, ressecção multivisceral, anastomose colo-anal retardada e ressecção abdomino-perineal. Os pacientes foram separados em três grupos conforme a cirurgia realizada. Grupo 1: proctectomia com anastomose primária sem derivação; grupo 2: proctectomia com anastomose primária com derivação e grupo 3: cirurgia de Hartmann. Foram estudados dois desfechos principais, ambos avaliados durante os primeiros 30 dias pós-operatórios: complicação pós-operatória grau ≥ III da classificação de Clavien-Dindo (CD) e complicações sépticas maiores (relaparotomia/relaparoscopia por sepse abdominal). Resultados: após as exclusões, 402 pacientes foram estudados. Os indivíduos do grupo 3 eram significativamente mais velhos (p<0,001), tendo em média 10 anos a mais do que os pacientes dos demais grupos. Eles também apresentavam maiores escores no índice de comorbidade de Charlson (p<0,001) e uma maior proporção de casos classificados como ASA ≥ 3 (p<0,001). Dos 402 pacientes operados, 67 (16,7%) apresentaram complicações CD ≥ III. A incidência de complicações CD ≥ III foi de 11,8%, 20,9% e 14,4%, respectivamente, nos grupos 1, 2 e 3 (p=0,10). Vinte e nove pacientes (7,2%) apresentaram complicações sépticas maiores. A incidência foi de 10,8%, 8,2% e 2,5%, respectivamente, nos grupos 1, 2 e 3 (p=0,048). Não houve diferença significativa entre os grupos quanto à mortalidade. Além disso, 21,8% dos pacientes do grupo 2 não conseguiram realizar cirurgia para reversão do ostoma de proteção após 24 meses de seguimento pós-operatório. Conclusão: a cirurgia de Hartmann reduziu significativamente o risco de reoperação (relaparotomia) por complicações sépticas abdominais. Este procedimento deve ser considerado uma opção para pacientes com risco elevado de apresentar complicações pósoperatórias graves.