Redundância funcional em comunidades campestres

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Joner, Fernando
Orientador(a): Pillar, Valerio de Patta
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/15810
Resumo: Os campos do Rio Grande do Sul apresentam grande biodiversidade, beleza cênica e um importante recurso para a economia do estado, cuja principal atividade é a pecuária. O manejo inadequado do campo traz conseqüências graves para a diversidade e sustentabilidade desse ecossistema através da perda de espécies promovida pelo pastejo excessivo. Entretanto, algumas espécies desempenham as mesmas funções nos ecossistemas, logo a perda de algumas espécies pode não afetar o seu funcionamento, pela compensação de outras espécies do mesmo grupo funcional. Esta redundância funcional aumentaria a confiabilidade do funcionamento do ecossistema quando perturbado, funcionando como um tipo de "seguro" contra a perda de espécies. A hipótese da redundância funcional foi avaliada em ecossistemas campestres através de um experimento de remoção no qual os tratamentos avaliados consistiram em: 1) remoção de duas espécies graminóides, 2) remoção de duas espécies herbáceas não-graminóides, 3) remoção de uma espécie de graminóide e uma herbácea não-graminóide e 4) sem remoção. As evidências indicam que existe redundância funcional para as espécies de plantas em ecossistemas campestres, pois a remoção de uma espécie de cada grupo funcional causou menos modificações na composição de espécies das comunidades que a remoção de duas espécies do mesmo grupo funcional. Observou-se também que a porcentagem da cobertura das espécies remanescentes tende a compensar a remoção de espécies do mesmo grupo funcional. Entretanto, os tratamentos não tiveram efeito para a biomassa aérea. A avaliação de um banco de dados de um experimento de pastejo realizado anteriormente revelou que a redundância funcional está positivamente relacionada com a resistência da comunidade ao pastejo, enquanto a riqueza de espécies não apresentou relação. Áreas de campo com maiores níveis de redundância funcional são mais resistentes ao pastejo, sofrendo menos modificações na composição de espécies de suas comunidades. Além disso, um manejo adequado não reduz os níveis de redundância funcional dos campos. Áreas de campo dentro de unidades de conservação deveriam ser manejas adequadamente mantendo os níveis de redundância funcional e a estabilidade deste ecossistema. Entretanto, novos estudos são necessários para avaliar a importância da redundância funcional em experimentos de longa duração.