Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Montero, Rodrigo |
Orientador(a): |
Santos, Alexandre Ricardo dos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Palavras-chave em Espanhol: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/220415
|
Resumo: |
Esta tese aborda a relação entre arte e testemunho a partir do cruzamento da noção de arte como gesto de contramedida e dos dilemas do testemunho no século XX. Para tal fim, são desenvolvidos dois caminhos teóricos e conceituais principais. Por um lado, desenvolve-se uma reflexão sobre a maneira como os genocídios e crimes de massa se inscrevem na história, na cultura e no senso comum da modernidade e da contemporaneidade, tomando como referência eventos como a Shoah, os genocídios em Ruanda e em Camboja e o terrorismo de Estado na Argentina. Nesse primeiro eixo se desenvolvem os conceitos de doutrina e interiores do desaparecimento, assim como as noções de sociedade midiatizada, ilusão de onicontemplação e cidadão espectador. Essas questões e conceitos são necessários para revelar os dilemas do testemunho. Pelo lado da arte, se desenvolve tanto a noção da arte como contramedida, quanto se faz uma revisão histórica para refletir sobre o modo como a arte e a cultura de massa contribuíram para a formação de um senso e de um imaginário sobre o horror. O encontro desses dois eixos teóricos principais é analisado a partir de um amplo e variado conjunto de obras, imagens, iniciativas e histórias. Entre elas se encontram: a série Los desastres de la guerra, de Goya; o filme Shoah, de Claude Lanzmann; as séries sobre Ruanda, de Alfredo Jaar; a filmografia de Rithy Panh sobre o regime do Khmer Vermelho; os usos memorialísticos das fotografias de identificação de prisioneiros na prisão S-21, em Camboja; as pinturas de Vann Nath, sobrevivente daquela prisão; os desenhos clandestinos produzidos nos guetos e nos campos de concentração e/ou de extermínio nazistas; a obra testemunhal de David Olère, membro do Sonderkommando em Auschwitz; e o Archivo negro de Jorge Julio López, preso e desaparecido durante a última ditadura argentina. Abordadas como contramedidas diante dos buracos negros, essas obras expõem tanto o valor que certos gestos artísticos apresentam para o testemunho, quanto a dimensão artística de certos gestos testemunhais. |