Petrologia e faciologia da Sequência Vulcânica Ácida Cambirela, Batólito Florianópolis - SC

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Santos, Erico Albuquerque dos Santos
Orientador(a): Sommer, Carlos Augusto
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/192985
Resumo: A Sequência Vulcânica Ácida Cambirela (SVAC) é a única manifestação vulcânica Neoproterozoica no Batólito de Florianópolis. A sequência está associada aos estágios finais do magmatismo pós-colisional no Cinturão Dom Feliciano durante o Ciclo Orogênico Brasiliano/Pan-africano, responsável pela consolidação do supercontinente Gondwana Oeste. Diferente de outras ocorrências de ignimbritos, geralmente associadas a caldeiras e sequências sedimentares, a SVAC está associada a corpos graníticos rasos em um sistema plutono-vulcânico. A sequência é organizada ao longo de uma pronunciada feição geomorfológica com orientação NNESSW, distribuída em uma área total de 88 km2, e é constituída por unidades efusivas e piroclásticas. A unidade piroclástica é predominante na sequência e caracterizada por ignimbritos com 15 a 50% de cristais de quartzo, K-feldspato e plagioclásio, fragmentos de cristais e líticos imersos em uma matriz tufácea, apresentando estrutura eutaxítica incipiente à parataxítica. Devido à sua estruturação e à ausência de caldeira e sequência sedimentar associadas, esses ignimbritos foram classificados como ignimbritos fissurais. A unidade efusiva é composta por riolitos com 3% de fenocristais de quartzo, K-feldspato e plagioclásio imersos em uma matriz equigranular fina. Estas unidades foram divididas em cinco litofaceis: riólito porfirítico (rP), lapilli-tufo com baixo teor de cristais e estrutura eutaxítica (LTbce), lapilli-tufo com alto teor de cristal e estrutura eutaxítica (LTace), lapilli-tufo com estrutura parataxítica (LTp) e lapilli-tufo rico em cristais (LTrc). Com base em dados geoquímicos, essas rochas foram classificadas como riolitos alta-sílica, correlacionadas com a série cálcioalcalina alto-K próximo à série shoshonítica. A sequência apresenta caráter ligeiramente metaluminoso a peraluminoso e alto teor de álcalis, FeOT/(FeOT+MgO) e índices agpaíticos. Estas características estão associadas ao magmatismo tipo-A em ambiente pós-colisional no sul do Brasil. Em relação a sua reologia, a sequência apresenta temperaturas de transição vítrea variando de 731 a 781 ºC, temperaturas liquidus de 940 a 968 ºC e viscosidades de 7,72 a 8,90 log Pa.s. Estes valores são semelhantes aos do cronocorrelacionado Granito Ilha, mas ligeiramente diferentes do Riolito Ana Dias. As semelhanças reológicas e geocronológicas entre a SVAC e o Granito Ilha, juntamente com a relações de contato e a interação observados no campo entre essas unidades, indicam que estes líquidos provavelmente pertenciam à mesma câmara magmática que constituiu um mush magmático localizado em porções rasas da crosta.