Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Simbine, Mónica Bernardo |
Orientador(a): |
Ferla, Alcindo Antônio |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/278615
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Resumo: |
A violência é um fenômeno que faz parte da experiência da humanidade, ela sempre esteve presente em diferentes sociedades, impactando negativamente na qualidade de vida e no crescimento saudável das crianças e adolescentes em todo mundo. Os focos das violências oscilam, embora a violência interpessoal sempre envolva o exercício de poder dos violentadores sobre as suas vítimas. Atualmente, em todo mundo, jornais e meios de comunicação relatam diariamente atos de violência praticados por jovens nas escolas e nas ruas. Objetivo: analisar as notificações de violência interpessoal e autoprovocada em crianças e adolescentes registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do estado do Amazonas, de 2012 a 2019. Metodologia: trata-se de um estudo quantitativo, do tipo descritivo, tendo como fonte de informações o banco de dados do SINAN correspondente ao período entre 2012 e 2019; o estudo usou dados de domínio público, não carecendo da aprovação da comissão de ética em pesquisa. Resultados: foram registradas 20.004 notificações de violência interpessoal e autoprovocada no estado do Amazonas na faixa etária de 0 a 19 anos; 72% no sexo feminino; 81% autodeclaradas como de raça/cor parda, apenas 10% raça/cor branca; 44% dos casos ocorreram na via pública. Quanto ao tipo de violência, 39,25% foi vítima de violência sexual; 28,8% violência física; e 19.39% violência psicológica. Na escola, 87% das notificações foram de casos contra crianças e adolescentes de 0 a 19 anos; houve predomínio em crianças e adolescentes dos 10 aos 14 anos; 68% eram do sexo feminino; 36% foram vítimas de violência física, seguida por 32% de violência sexual e 28% de violência psicológica. Considerações finais: o perfil das violências interpessoais envolvendo crianças e adolescentes tem como vítimas predominantemente pessoas do sexo feminino, pardas, no período da puberdade, do tipo violência sexual e física e esse perfil se repete nas violências ocorridas no ambiente das escolas. O perfil das violências no Amazonas mimetiza o padrão metropolitano brasileiro, alertando para um fenômeno cultural que invade as culturas tradicionais. Os profissionais diretamente ligados às crianças e adolescentes devem estar atentos e preparados para identificar sinais de abuso e, assim, reprimir este evento que se mostra silencioso e muitas das vezes repetitivo. Da mesma forma, para prevenção, os professores devem estar atentos às situações de violência na escola, uma vez que este fenómeno pode desencadear sofrimentos físicos e psicológicos, podendo interferir no processo de ensino e aprendizagem. A aplicabilidade da pesquisa para o campo da Saúde Coletiva tem duas dimensões. A primeira é que produziu conhecimentos oportunos no tema das violências contra crianças e adolescentes e explicitou conexões entre os campos da saúde e da educação escolar. A segunda, de ordem metodológica, que mobilizou bases de análise comparada de sistemas de saúde e educação no Brasil e Moçambique |