O Rei dos Falsários : A trajetória de um moedeiro falso no Brasil Imperial (1830-1861)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Ferreira Junior, Francisco
Orientador(a): Neumann, Eduardo Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/170371
Resumo: O presente trabalho tem como proposta principal analisar a trajetória de José Maria Cândido Ribeiro, pintor português condenado por falsificação de moeda, enfatizando suas relações com a justiça no Brasil do século XIX. Cândido Ribeiro chegou ao Rio de Janeiro entre as décadas de 1820 e 1830, onde passaria a viver de sua arte de retratista e pintor a óleo. Casando-se com uma brasileira, em algum momento das décadas de 1830 e 1840 partiria para a província da Bahia, onde aconteceria sua principal condenação por falsificação de moeda, em 1849. A partir dessa condenação passou a se desenvolver uma complexa relação entre José Maria Cândido Ribeiro, a justiça do período e seus agentes. Preso em Salvador e agindo como delator e espião da polícia baiana entre 1851 e 1855, Ribeiro conseguiu paulatinamente atenuar e retardar o cumprimento de sua sentença, para isso estabelecendo relações com personalidades importantes ligadas a política e a justiça do período imperial. Em 1855, após participar de uma bem-sucedida operação contra a moeda falsa na Bahia, Cândido Ribeiro seguiu para a Corte do Rio de Janeiro, onde conseguiu a comutação de sua pena de galés para degredo no interior da província do Paraná, onde terminaria seus dias, no início da década de 1860. Perseguindo o personagem pelos lugares por onde passou, o trabalho reconstrói suas principais relações, observando de que forma elas podem ter influenciado nos processos e nas decisões da justiça. A tese propõe analisar, através de uma trajetória específica, o funcionamento de práticas de hierarquização, reciprocidade e clientelismo existentes na sociedade brasileira oitocentista, que interferiam no funcionamento da justiça, e que em alguma medida remetem a práticas existentes nas antigas monarquias coorporativas.