Literatura para além do currículo : entre a crise, a BNCC e o jovem leitor

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Portela, Luís Fernando
Orientador(a): Sanseverino, Antônio Marcos Vieira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/226269
Resumo: Esta pesquisa apresenta-se como uma elaboração propositiva, ao refletir, essencialmente, sobre a inserção da literatura na escola. A partir da consideração do debate em torno da declarada crise da literatura e de seu ensino, especialmente em sua face voltada aos estudos curriculares, este trabalho pretende estabelecer uma discussão que tem como eixos o leitor, a leitura, a literatura e a escola. Essa discussão é realizada em duas unidades temáticas que se entrelaçam e têm como objetivos: traçar um panorama dos comportamentos de leitura em mutação, direcionado a pensar o perfil do jovem leitor, e analisar a proposta da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a literatura no Ensino Médio, vista em sua amplitude, por meio de uma leitura interessada no leitor literário pretendido por esse documento ao final da etapa de ensino. Uma construção que leva a um último movimento, de caráter interventivo, que busca estabelecer alguns fundamentos possíveis para uma educação literária significativa baseada na experiência, a partir e para além desse contexto. De modo a dar conta desse percurso, este estudo tem como centro uma análise textual da BNCC. Além de constituir-se, essencialmente, como uma pesquisa bibliográfica, amparada na produção de alguns autores: Compagnon, Todorov, Colomer, Petit, Zilberman e Rösing para abordar questões relacionadas à literatura e seu ensino, Bauman, Chartier e mais detidamente Santaella, para tratar dos comportamentos de leitura, Goodson, em relação à teoria curricular, e Benjamin e Larrosa, em seu momento propositivo. São postos em debate também alguns dados gerados pelas duas últimas edições da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. Dessa forma, tem-se a percepção de um cenário de crise, menos da literatura e mais de seu ensino, em que, apesar de um certo caráter utilitário do documento curricular que passa a reger a educação nacional – com lugar difuso e volátil reservado à literatura –, foi possível identificar potencialidades e caminhos de ação. Torna-se viável, portanto, em um gesto de resistência, pensar um trabalho com literatura na escola que, ao considerar os diferentes perfis de leitores, vise a um leitor que se forma para a literatura e pela literatura, em uma educação literária pautada pela experiência.