Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Ferrao, Simone Krause |
Orientador(a): |
Limberger, Renata Pereira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/219157
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Resumo: |
A candidíase é uma micose oportunista ocasionada por leveduras do gênero Candida, a qual faz parte da microbiota do corpo humano, colonizando pele, cavidade oral e mucosas do trato genital, gastrointestinal e urinário. A epidemiologia da candidíase depende da predisposição do hospedeiro, carga parasitária e virulência fúngica. Vários fatores podem predispor ao desenvolvimento da candidíase oral, tais como, imunossupressão, xerostomia e uso de próteses dentárias. De uma forma geral, o tratamento da candidíase oral utiliza nistatina tópica como primeira escolha. Quando o tratamento tópico não for suficiente, fluconazol e itraconazol podem ser empregados, e em casos de candidíase invasiva, voriconazol, anfotericina B, micafungina e caspofugina são considerados tratamento de escolha. Entretanto, nas últimas décadas tem se observado um grande aumento da resistência aos antifúngicos disponíveis no mercado para a prática terapêutica em isolados clínicos. Justifica-se assim, a necessidade de prospecção de novos antifúngicos e nesse sentido, as plantas medicinais representam uma importante fonte renovável para a busca de outros agentes terapêuticos com potencial frente a cepas resistentes. Face ao exposto, este trabalho visa avaliar o perfil de suscetibilidade, capacidade de adesão e formação de biofilme das espécies do gênero Candida obtidas de isolados da cavidade oral em usuários de prótese dentária, bem como verificar a atividade antifúngica e antibiofilme dos óleos essenciais (OEs) de Pelargonium graveolens L'Her (gerânio; Geranaceae), Cinnamomum cassia L. (canela; Lauraceae), Syzygium aromaticum L. Merr. & L.M. Perry (cravo; Myrtaceae) e Myristica fragrans Houtt (nozmoscada; Myristicaceae) frente a estes isolados. Para tanto foi realizado o perfil de suscetibilidade destes isolados frente aos antifúngicos convencionais fluconazol, cetoconazol, itraconazol, nistatina e aos óleos essenciais de Pelargonium graveolens L'Her, Cinnamomum cassia L., Syzygium aromaticum L. Merr. & L.M. Perry e Myristica fragrans Houtt empregando o método de microdiluição em caldo segundo documento M27 A3/ M60 da CLSI. Também foi verificado a capacidade de aderência em célula epitelial oral, a capacidade de formação de biofilme pelo método do cristal violeta e a determinação da atividade antibiofilme dos óleos essenciais de Pelargonium graveolens L'Her, Cinnamomum cassia L., Syzygium aromaticum L. Merr. & L.M. Perry e Myristica fragrans Houtt pelos mesmos isolados. A identificação destes isolados foi realizada através MALDI-TOF MS Biotyper Bruker. Participaram deste estudo, 120 pacientes com e sem próteses dentárias removíveis. Obteve-se uma prevalência de 58,33% de Candida spp. nos usuários de prótese dentária e 33,33% no grupo controle (x2 de 7,55, gl 1, p 0,006) pelo teste do qui-quadrado. No grupo de usuários de prótese dentária C. albicans foi a espécie mais prevalente (47,36%) seguida de C. tropicalis, C. lusitaniae, C. glabrata. No grupo controle C. albicans (55,00%) seguida de C. lusitaniae e C. glabrata. Não foi verificado diferença estatística quanto a suscetibilidade dos isolados nos dois grupos frente aos antifúngicos azólicos, observando-se apenas um menor número de isolados resistentes no grupo controle frente a nistatina (x2 4,298, gl1, p 0,03). Para a capacidade de formação de biofilme, os melhores resultados obtidos foram nos isolados provenientes do grupo usuários de prótese dentária e em Candida não-albicans, p <0,05. Os quatro óleos essenciais avaliados neste estudo apresentaram atividade antifúngica e antibiofilme frente aos isolados clínicos de Candida spp. Os óleos de canela e cravo apresentaram os melhores resultados para ambos os testes. Os resultados de prevalência de Candida spp. em usuários de prótese dentária removível e sua suscetibilidade frente aos antifúngicos podem auxiliar na escolha de abordagens terapêuticas para candidíase nestes pacientes. Os OEs apresentaram efeitos positivos frente a inibição do crescimento das espécies de Candida spp. e na diminuição da formação de biofilme constituindo uma alternativa para o desenvolvimento de novos agentes antifúngicos no tratamento da candidíase. Os resultados obtidos poderão ser extrapolados para estudos futuros com outros microrganismos ou outros óleos, uma vez que microrganismos de origem oral podem ser responsáveis por infecções sistêmicas. Aprovação da pesquisa no Comitê de Ética e Pesquisa da UFRGS, sob o número 2.236.863. |