Atividade antifúngica de espilantol frente a uma espécie de Candida albicans resistente a multidrogas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Freitas, Jhamine Caroline de Oliveira lattes
Orientador(a): Pinto, Priscila de Faria lattes
Banca de defesa: Franco, Danielle Cristina Zimmermann lattes, Borges, Francis Moreira lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas
Departamento: Faculdade de Farmácia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11275
Resumo: A candidíase é uma infecção fúngica oportunista causada por leveduras pertencentes ao gênero Candida. Essas, por sua vez, apresentam uma crescente resistência frente aos antifúngicos disponíveis atualmente, o que impulsiona a busca por novas substâncias antifúngicas de origem vegetal. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar a atividade antifúngica in vitro de espilantol, um composto isolado de diversas espécies vegetais, frente à linhagem de Candida albicans ATCC® 10231, resistente a múltiplas drogas e determinar suas propriedades físico-químicas, farmacocinéticas e farmacodinâmicas. Desse modo, foram realizados ensaios de microdiluição seriada para determinação da concentração inibitória mínima (CIM) e do efeito dessa concentração sobre o crescimento dessa levedura, análises da curva de crescimento fúngico, densidade e viabilidade celular, avaliação da permeabilidade do envoltório celular (captação de cristal violeta, extravasamento de nucleotídeos, proteção do sorbitol e ligação ao ergosterol exógeno), e o ensaio de sinergismo de espilantol com dois antifúngicos azólicos (fluconazol e itraconazol) pelo teste de checkerboard. Foi avaliada também a viabilidade celular em linhagens de fibroblastos (NIH/3T3) e queratinócitos (HaCaT) tratados com espilantol. Por fim, as análises das propriedades físico-químicas, farmacocinéticas e farmacodinâmicas deste composto foram determinadas por testes in silico, utilizando ferramentas computacionais. Espilantol apresentou uma CIM de 200 μg/mL, com efeito fungistático sobre C. albicans. Além disso, ele levou a uma maior inibição do crescimento fúngico e uma redução significativa no número de células fúngicas. Espilantol também causou uma significativa diminuição na atividade metabólica das leveduras, reduzindo assim, o número de células viáveis. Após o tratamento das células fúngicas com este composto, ocorreu um aumento na captação de cristal violeta, demonstrando assim, que o espilantol altera a permeabilidade das mesmas, levando a um aumento na liberação de nucleotídeos. Obteve-se um valor de CIM de 800 μg/mL nos ensaios de sorbitol e ergosterol, o que indica uma possível atuação de espilantol no envoltório celular da levedura. Um excelente efeito sinérgico entre espilantol e fluconazol (ΣCIF=0,265) e entre espilantol e itraconazol (ΣCIF= 0,0019) também foi observado. Os resultados de viabilidade celular mostraram que o espilantol, nas concentrações testadas, não apresentou toxicidade às linhagens de fibroblastos e queratinócitos. Já os estudos in silico demonstraram que ele apresenta características que permitem a sua administração por via oral. Com base nos resultados obtidos, nota-se que o espilantol possivelmente está agindo em nível de envoltório celular da levedura e pelas análises in silico, é possível afirmar que ele apresentou resultados satisfatórios, com características que permitem sua classificação como um bom candidato a fármaco. Diante do exposto, podemos ressaltar o grande potencial científico e terapêutico dessa substância, abrindo novas perspectivas para o tratamento de doenças infecciosas causadas pelo gênero Candida.