Células-tronco ovarianas e recuperação da fertilidade pós-quimioterapia em camundongos fêmeas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliveira, Isabel Cirne Lima de
Orientador(a): Passos, Eduardo Pandolfi
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/196816
Resumo: Introdução: a alta prevalência do câncer e o aumento significativo da sobrevivência a longo prazo geraram interesse quanto à preservação da fertilidade em mulheres jovens expostas a quimioterapia e radioterapia. Nesse sentido, as células-tronco da linhagem das oogônias (oogonial stem cells - OSCs), abriram uma nova perspectiva de aplicação no tratamento e prevenção da infertilidade humana. Objetivos: neste trabalho isolamos as OSCs de camundongos para a terapia celular na recuperação da fertilidade pós-quimioterapia. Delineamento: Trata-se de um estudo experimental controlado. Método: Foram utilizadas como receptoras 18 camundongos fêmeas C57BL/6 adultas jovens. Como doadoras de OSCs foram utilizadas 8 camundongos C57BL/6 transgênicos para a proteína verde fluorescente (green fluorescent protein - GFP). O protocolo de indução de infertilidade consistiu em quinze injeções intraperitoneais de 2,5 mg/Kg de cisplatina com intervalo de 7 dias entre as três rodadas. O ciclo estral anterior e posterior a quimioterapia foi utilizado como controle da indução de infertilidade. Após três ciclos de quimioterapia, tendo sido confirmada a infertilidade, o grupo tratamento (9 fêmeas C57BL/6) recebeu 36 x 104 de uma suspensão celular contendo OSCs em solução fisiológica através de microinjeção intra-ovariana. O grupo controle (9 fêmeas C57BL/6) passou pela mesma intervenção cirúrgica e recebeu apenas solução fisiológica. Dez dias após a terapia celular, as fêmeas foram colocadas em contato com os machos para o acasalamento. Após 21 dias foi verificada a ocorrência de prole. Análises histológicas dos ovários e de imunohistoquimica foram realizadas para quantificar folículos viáveis e atrésicos. Na prole foi realizada imunohistoquimica para GFP na procura de células oriundas das OSCs transplantadas. Resultados: Avaliações histológicas demostraram que as OSCs foram capazes de aumentar o número de folículos primários, secundários e totais. Os animais tratados com OSCs alcançaram até duas gestações consecutivas. Em contraste, nenhuma fêmea no grupo de controle demonstrou função ovariana e nenhuma apresentou gestação. Os filhotes do grupo tratado apresentaram células positivas para GFP no tecido epitelial, muscular e nervoso, indicando a contribuição das OSCs GFP+ transplantadas para a formação da quimeras. Conclusão: A injeção intra-ovariana de OSCs em camundongos fêmeas com insuficiência ovariana induzida por cisplatina diminuiu o dano tecidual e foi capaz resgatar a fertilidade.