Dismotilidades esofágicas e colônicas estão associadas em adolescentes com constipação funcional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Zaslavsky, Carlos
Orientador(a): Barros, Sergio Gabriel Silva de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/207056
Resumo: Introdução: Constipação funcional ocorre em até 20% da população adulta e pode estar associada a dismotilidades em outros segmentos digestivos. O trânsito colônico permite classificá-la em 04 grupos: trânsito colônico lento, disfunção anorretal, trânsito colônico lento com disfunção anorretal e trânsito normal. É um diagnóstico clínico freqüente Em adolescentes, mas a associação entre dismotilidades no cólon e no esôfago é desconhecida. Objetivo: estudar as características clínicas e a possível associação entre dismotilidades no cólon e no esôfago em adolescentes com constipação funcional. Pacientes e Métodos: Foram estudados, consecutivamente, adolescentes portadores de constipação funcional (critérios "ROMA II"), com idade entre 12 e 21, sem evidências clínicas de doença orgânica digestiva ou sistêmica. Todos foram submetidos a manometria esofágica por perfusão hídrica e tempo de trânsito colônico total e segmentar com marcadores radiopacos. Dois grupos de adolescentes sem queixas digestivas foram estudados para controle: transito colônico (Grupo I) e manometria esofágica (Grupo II). Resultados: trinta e oito adolescentes com constipação funcional foram estudados consecutivamente sendo 30 (78,9%) do sexo feminino, 35 (92,1%) brancos e com média de idade de 15,6±3 anos. O início da constipação foi aos 7±5 anos de idade. Os pacientes faziam uso de múltiplos tratamentos, sem resultados satisfatórios, sendo considerados refratários ao tratamento. A ingestão de fibras não diferiu do grupo controle (p=0.2). Em relação aos sintomas esofágicos, 26 (68,4%) apresentavam pirose e 11 (28,9%) regurgitação. O trânsito colônico encontrado foi: 21 (55,3%) adolescentes com trânsito colônico lento, 5 (13,1%) com disfunção anorretal, 6 (15,8%) com trânsito colônico lento associado à disfunção anorretal e exame normal em 6 (15,8%). À manometria esofágica, a pressão basal do esfíncter esofágico inferior (EEI) esteve aumentada em 2 (5,3%) pacientes e em 1 (2,6%) diminuída; a pressão residual esteve aumentada em 4 (10,6%) e a duração do relaxamento aumentada em 10 (26,3%) adolescentes. Quanto ao corpo esofágico os achados foram: 3 (7,9%) adolescentes com Motilidade Esofágica Ineficaz, 1(2,6%)com espasmo esofágico difuso, e 6 (15,8%)com dismotilidade esofágica inespecífica. História familiar para constipação (p=0,03), pirose (p=O,O 1 ), regurgitação (p=0,02) e relaxamento prolongado do esfíncter esofágico inferior (p=O,OO 1) estiveram associados significativamente ao trânsito colônico lento, mas não à disfunção anorretal. Conclusões: em adolescentes com constipação funcional encontrou-se associação significativa entre história familiar de constipação, sintomas esofágicos e dismotilidades esofágica e colônica.