O papel adaptativo da raiva em humanos : motivação para dominância e respostas hormonais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Cabral, João Carlos Centurion Rodrigues
Orientador(a): Almeida, Rosa Maria Martins de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/188671
Resumo: A importância da manifestação da raiva para as interações sociais é um fato bem estabelecido, contudo o papel funcional desta emoção no comportamento humano permanece pouco conhecido. Embora a associação entre raiva e dominância tenha forte base empírica, a maioria dos estudos sobre o tema se restringe a efeitos sobre a percepção, ignorando outras possíveis implicações sobre o comportamento dominante. Esta dissertação abrange dois estudos principais que foram conduzidos com a finalidade de investigar a associação entre raiva e dominância em humanos. No primeiro estudo foi realizada uma revisão sistemática em cinco bases de dados, onde 207 publicações foram triadas e 20 atenderam aos critérios de inclusão e exclusão, com 26 estudos empíricos relatados. Como resultado foi verificado que todos os estudos revisados relataram uma associação entre dominância e raiva. Foi discutida a relação de causalidade recíproca entre a raiva e a dominância. Pelo menos em uma dimensão perceptual, isto pode ajudar na estabilização da hierarquia de dominância em grupos sociais. No segundo estudo, o objetivo foi testar a hipótese que esta emoção aumenta a busca por status hierárquicos e comportamentos agonistas. Medimos a atividade eletromiográfica do músculo corrugador, os níveis de testosterona e cortisol, bem como a agressão e a dominância, através de tarefas comportamentais. Como resultado foi verificado que o grupo experimental apresentou níveis mais elevados de dominância e agressão. Este resultado não dependeu dos níveis de testosterona, cortisol ou da razão entre estes hormônios, no entanto dependeu da manutenção da atividade eletromiográfica durante a coleta das variáveis dependentes. Assim, a indução de raiva quando suficientemente intensa pode provocar um aumento na ocorrência de comportamento de dominância e agressão, o que pode significar uma tendência de ação para o estabelecimento e manutenção de hierarquia de dominância em humanos.