Precursores do desempenho aritmético em crianças de 3º e 4º anos : da identificação à intervenção

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Nogues, Camila Peres
Orientador(a): Dorneles, Beatriz Vargas
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/221056
Resumo: A aprendizagem da matemática, e especificamente da aritmética, envolve diversas habilidades cognitivas que incluem tanto habilidades de domínio geral quanto de domínio específico. Conhecer quais habilidades melhor predizem o desempenho aritmético é importante para prevenir dificuldades futuras que podem ser enfrentadas pelos estudantes. Há um crescente interesse da área da cognição numérica em investigar como ocorre o processo de aprendizagem da matemática e quais habilidades são subjacentes a tal processo. Porém, os resultados são diversos e nem sempre existe convergência entre eles. Isso dificulta a compreensão ampla sobre quais são as habilidades mais frequentemente relatadas que influenciam o desempenho aritmético. Além disso, o foco geralmente está na avaliação de alunos no início da escolarização com a intenção de prevenir dificuldades de aprendizagem futuras, entretanto resta saber se os preditores do desempenho matemático permanecem os mesmos em alunos já inseridos há mais tempo no contexto escolar. Assim, esta tese investigou por meio de três estudos complementares as habilidades preditoras do desempenho aritmético em estudantes brasileiros já alfabetizados. O primeiro estudo contemplou uma revisão sistemática da literatura acerca das habilidades cognitivas de domínio geral e específico que são precursoras do desempenho matemático de alunos da Educação Infantil até 5º ano do Ensino Fundamental, incluindo o total de 62 artigos para análise. O segundo estudo avaliou habilidades cognitivas de domínio geral (consciência fonêmica, memória de trabalho e compreensão leitora) e de domínio específico (transcodificação numérica, estimativa numérica e raciocínio quantitativo) como preditoras do desempenho aritmético em 127 estudantes de 3º e 4º ano do Ensino Fundamental, avaliados no início e no final do mesmo ano letivo. O terceiro estudo investigou os efeitos de uma intervenção em raciocínio quantitativo, com 40 alunos participantes do estudo anterior, porém quando estavam no 4º e 5º anos. Como principais resultados, destaca-se que a maioria dos artigos incluídos na revisão sistemática consideraram alunos de Educação Infantil em suas avaliações e que as habilidades preditoras relatadas com maior frequência foram memória de trabalho e habilidades numéricas iniciais, permanecendo as mesmas ao longo de todos os Anos Iniciais e apesar do desempenho matemático considerado. Entre os alunos brasileiros, as habilidades cognitivas explicativas da proficiência aritmética foram transcodificação numérica, raciocínio quantitativo e consciência fonêmica. A partir da intervenção, o grupo experimental não diferiu significativamente do grupo controle, entretanto apresentou avanços significativos do pré para o pós-teste, sendo mais evidenciado entre estudantes do 5º ano. A complementaridade dos estudos permitiu um conhecimento abrangente sobre o assunto, o que contribui para a compreensão de quais habilidades influenciam a aprendizagem matemática posterior. As evidências encontradas destacam que o desenvolvimento dessas habilidades no ensino escolar poderá beneficiar a aprendizagem dos alunos a longo prazo. Além disso, ressalta-se que um investimento especificamente no ensino do sistema numérico e do raciocínio quantitativo, mesmo em estudantes com mais tempo de escolarização, poderá favorecer a remediação e prevenção de dificuldades nessa área do conhecimento.