Verdade e justiça em “Dom Quixote” : a hermenêutica do justo “en un lugar de la Mancha”

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Barros, Lorenzo de Carpena Ferreira Corrêa de
Orientador(a): Karam, Henriete
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/274372
Resumo: A presente dissertação propõe uma leitura de Dom Quixote no âmbito do Direito e Literatura, no seu viés representacional (Karam, 2022). Tem-se como objetivo fundamental explorar, hermenêutica e dialeticamente, como o fenômeno jurídico é representado em Dom Quixote e como o direito pode ser melhor compreendido a partir do romance. Preliminarmente, no segundo capítulo, são destrinchados os pressupostos teóricos que orientam o desenvolvimento da pesquisa e, no terceiro capítulo, é introduzido o romance analisado. Em seguida, nos três capítulos subsequentes, utiliza-se como referencial teórico O justo de Paul Ricoeur (2008a, 2008b), porque se identificou que os seus conceitos de bem (teleologia), norma (deontologia) e prudência (equidade) podem oferecer um profícuo percurso analítico-interpretativo para se investigar os três momentos de Quixote descritos por Francisco Castilla Urbano (2016), quais sejam: (a) a concepção inicial de justiça de D. Quixote no seu modelo ideal (representação de problemas teleológicos); (b) a concepção de justiça mais desenvolvida por parte dos protagonistas, em uma dimensão mais mundana e institucional (representação de problemas deontológicos); e (c) a concepção final de justiça de D. Quixote na sua versão conformada e pragmática (representação de problemas prudenciais). Para explorar cada um desses eixos d’O justo e cada um desses momentos da narrativa, foram escolhidos estes três eventos: (a) a liberação dos galeotes por parte de D. Quixote; (b) o governo de Sancho Pança na Ínsula Baratária; e (c) a elaboração do testamento de Alonso Quijano. Com fundamento no princípio hermenêutico da interpretação recíproca entre a parte e o todo, foram selecionados esses episódios representativos dos estágios inicial, medial e final da narrativa, o que permite tanto a compreensão específica desses eventos centrais quanto a visão macro do romance. Por fim, são tecidas as considerações finais, que sintetizam os capítulos da dissertação, bem como propõem ulteriores pesquisas.