Dom Quixote em Nova York: uma trilogia peripatética
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6150 |
Resumo: | Nesta tese foi apresentada uma questão literária suscitada pela aproximação das leituras das obras A trilogia de Nova York de Paul Auster e Dom Quixote . Partindo da constatação de que a presença de Dom Quixote ao longo da trilogia, entre outras obras, demarca o terreno da enunciação literária propriamente dita (a perniciosa influência dos livros, fábulas, mitos etc.), a proposta foi dimensionar nas obras estudadas a própria instabilidade literária, reconhecida como uma questão de palavras e voz anônima (ou seja, a enunciação). Para tanto, foi aproveitada a noção de khôra (terceiro gênero, apresentado por Platão, entre o Inteligível e o Sensível), retomada como teatro tipográfico (cf. "apropriação" de leitura do ensaio Tipografia de Philippe Lacoue-Labarthe). A partir do entendimento de que as obras estudadas apresentam em primeiro plano artifícios e recursos narrativos como uma maneira de revelação da linguagem em sua radicalidade fabulosa, literária, poética, a tese perseguiu a questão respeitando o teatro proposto nas obras. A teoria de apoio também foi apresentada de forma a participar ativamente, como parte mesmo do texto. Todas as questões suscitadas foram trabalhadas a partir da encenação narrativa e do que se chamou de palavras-figuras (recoletadas) das obras: loucura, mentira e herança. A escrita se pretendeu uma leitura ensaística de aproximação dos termos e situações artísticas encontradas e que põem as obras estudadas em movimento de giros e retornos em volta das palavras-figuras que sustentaram a apresentação das ideias. Em um estilo que pretendeu refletir a metodologia de leitura e de pesquisa, as nuances da questão foram encaminhadas como temas e desdobradas em três partes. No primeiro capítulo, foi tratada a primeira palavra-figura, mentira, entendendo que a questão da verdade como mentira ou mentira como verdade remonta ao arcaico da gênese humana, mas que trabalhados no teatro tipográfico dos textos corrobora para a não fixação de conceitos, a efemeridade das certezas e a relativização das leituras. A linguagem mítica e a aparência dos discursos filosófico, teórico, histórico encontrando-se e desencontrando-se na escrita literária como artifícios para a desestabilização. A segunda palavra-figura, loucura, foi trabalhada no capítulo 2 que perseguiu o caminho mesmo da desestabilização na própria forma da escrita, tanto em Dom Quixote como em A trilogia de Nova York e, por conseguinte, no teatro desta leitura ensaística, de forma a abordar a loucura como coisa da mimese, como coisa da leitura também. No capitulo 3, foi tratada a palavra-figura herança, buscando ensaiar a trajetória do texto de Auster ao encontro do que seja essa literatura nova, do novo continente que bebe da origem europeia (Cervantes), mas que escreve sua própria sorte. A tese apresentou uma desconclusão que buscou dar conta da trajetória de sua própria escritura |