Ciência mainstream e periférica da América Latina e Caribe : configurações e padrões de especialização

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Santin, Dirce Maria
Orientador(a): Caregnato, Sonia Elisa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/193701
Resumo: A avaliação da ciência com base em insumos e resultados tem se tornado uma tendência em países do mundo todo, inclusive em regiões periféricas do sistema científico internacional, como a América Latina e Caribe (ALC). Apesar disso, a ciência latino-americana e caribenha ainda é pouco explorada, inclusive no que se refere aos campos de especialização e à participação dos países na ciência regional e global. Esta pesquisa investiga as configurações e os padrões de especialização da ciência mainstream e periférica da ALC, descreve os perfis científicos dos países e analisa os reflexos dessas configurações sobre as posições ocupadas pelos países na ciência internacional e as desigualdades científicas regionais no período de 2003 a 2014. Trata-se de um estudo cientométrico de nível macro, baseado em múltiplos indicadores, absolutos e relativos. O pluralismo da ciência mainstream e periférica da ALC é contemplado pelo uso de fontes de dados complementares, uma de âmbito internacional e outra regional, entre outros aspectos. O corpus da pesquisa é formado por 643.222 artigos e 8.231.334 citações da Web of Science e 274.335 artigos e 513.903 citações da SciELO Citation Index, além de dados de insumos em ciência e tecnologia. Os resultados revelam que o início do século XXI foi marcado por um tempo favorável nos investimentos, na formação de recursos humanos e no aumento da produção científica regional, que atingiram certa estabilidade nos últimos anos. As características da produção científica sugerem que não há fronteiras claras entre a ciência mainstream e periférica no que se refere a alguns padrões e à divulgação dos artigos nas principais revistas. O impacto modesto da produção científica regional indica que a crescente atividade de publicação ainda não se reflete em maior impacto de citações, ficando entre 20% e 60% abaixo da média mundial de acordo com a área de pesquisa. Os padrões de especialização mostram que a ciência da ALC segue os modelos paradigmáticos bio-ambiental e ocidental, com ampla variabilidade nos perfis científicos dos países. O modelo bio-ambiental é predominante e reforça as competências pré-existentes na região, em especial nas Ciências Agrárias e Naturais, enquanto a adesão ao modelo ocidental indica a especialização em Biomedicina e Medicina Clínica. O modelo japonês, com ênfase em Engenharia, também foi identificado em alguns países, assim como a especialização em Ciências Sociais e Humanidades. As configurações da ciência regional revelam que, mesmo com participação crescente na ciência mundial e aderindo a diversos padrões da ciência mainstream, a ALC ocupa, em geral, posições periféricas na ciência internacional. A distribuição da ciência é bastante desigual entre os países da região e as áreas de pesquisa, com poucas nações concentrando a maior parte dos insumos e resultados. Conclui-se que a ciência mainstream e periférica da ALC são complementares, o que confere à região importante diversidade e especificidade e garante a proximidade com a ciência internacional. Por fim, sugerem-se novas perspectivas para o estudo da ciência regional.