O rio como metáfora narrativa em Niketche: uma história de poligamia, de Paulina Chiziane

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Concato, Camila
Orientador(a): Trevisan, Ana Lúcia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/32267
Resumo: A jornada feminina no romance Niketche: uma história de poligamia (2004), de Paulina Chiziane (1955-), pode ser compreendida como metonímia da trajetória da mulher em Moçambique, uma vez que os dramas da protagonista representam as vivências de grande parte das mulheres desse país, captadas sob diferentes temporalidades e imaginários africanos. Busca-se nesta pesquisa, por meio da alegoria do rio Zambeze, analisar as etapas que dividem metaforicamente esse rio em analogia com Rami, personagem principal de Niketche, transformando as partes que compõem esse percurso em identidade narrativa. Para atingir esse objetivo, aplica-se a estrutura mimética concebida pelo filósofo Paul Ricoeur (1996; 2007; 2010; 2010a; 2010b; 2013; 2015; 2019), dividindo a narrativa em mímesis I, nascente; mímesis II, percurso; e mímesis III, delta. As interpretações analíticas regulam-se por ecos de memória como instância reminiscente e como matéria de autoconhecimento, valendo-se dos acontecimentos históricos do país e dos mitos cosmogônicos africanos. Para alicerçar a análise da narrativa, os estudos das concepções estruturais miméticas e do conceito de tempo narrativo de Paul Ricoeur são a base desta pesquisa, traçando um percurso que desvela a hermenêutica do texto ficcional.