Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Santos, Nadir Chagas Ribeiro dos |
Orientador(a): |
Neves, Maria Helena de Moura |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/28690
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Resumo: |
Este trabalho está vinculado à linha de pesquisa voltada ao estudo da “Língua, literatura e sociedade: discurso na comunicação, discurso religioso, discurso pedagógico, discurso político” e tem como objetivo geral identificar e avaliar funcionalmente a construção do discurso de compartilhamento de experiência de uma mulher vítima de violência doméstica. O estudo é feito a partir da obra autobiográfica de Maria da Penha (MAIA, 2012) por ser ela um ícone no Brasil quando o assunto é violência contra a mulher. Tem como enfoque teórico a gramática sistêmico-funcional (HALLIDAY e MATTHIESSEN, 2004; 2014; NEVES, 2018b) por ser uma teoria que oferece instrumentos seguros para o exame do fluxo informativo do texto no seu contexto de produção. A análise é feita sob as três perspectivas que, de acordo com a teoria adotada, governam a produção dos enunciados: a interacional, a experiencial e a textual. Objetivou-se, com este trabalho, especificamente: i) identificar e avaliar o modo como foram funcionalmente construídos os papéis desempenhados pelos personagens da narrativa, em especial, da vítima e do agressor; ii) distinguir os tipos de processos verbalizados por Maria da Penha que configuram um discurso de violência doméstica; e iii) apontar o modus operandi do marido de Maria da Penha com vista à proposição de um perfil de agressor. Os resultados desta pesquisa indicam que: i) na interação de Maria da Penha com seu marido predomina o uso de comandos dele para dirigirse a ela; a resposta dela aos comandos dele é, em geral, de obediência. Propõe-se que a manutenção da condição abusiva se dá, em parte, pela participação do abusador e da vítima na retroalimentação contínua de um acordo tácito em que ele manda, ela obedece; ii) Maria da Penha, no papel de vítima, é retratada, em geral, como sujeito de processos que não comunicam ação; a história é protagonizada, em grande parte, pelo marido e outras pessoas com as quais a vítima convive; iii) ressalvadas as limitações decorrentes do exame de apenas um caso de violência doméstica, o perfil que se propõe de um agressor é, dentre outras características: a) o de dirigir-se à vítima por meio de comandos, b) buscar isolá-la de parentes e amigos, e c) comportar-se de forma antagônica na presença de terceiros versus na companhia da esposa. A investigação do caso Maria da Penha permite concluir que a vítima, subordinada ao agressor e isolada de parentes e amigos, sente-se, em geral, impotente para protagonizar sua própria história. |