O álbum de fotografia oitocententista de viagem e a memória

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lima, Manoel Roberto Nascimento de
Orientador(a): Araujo, Paulo Roberto Monteiro de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/33712
Resumo: O registro de imagens de viagem ganhou impulso avassalador com a descoberta e a disseminação da fotografia, ainda no século XIX. A fotografia não apenas se estabeleceu como um novo meio de registro de viagem como também criou e fixou uma memória de viagem particular, antes impossível, ao aproximar do real o imaginário de lugares, regiões, paisagens e povos. Esses novos registros de viagens, antes possíveis apenas pela descrição oral, pela escrita, pela pintura, pelo desenho e gravura, exerceram (e exercem) papel importante na transformação da memória individual e coletiva. Explorar a história de álbuns fotográficos no século XIX, com maior dedicação à Coleção Dona Thereza Christina, da Biblioteca Nacional, acervo que foi de D. Pedro II, com foco nos álbuns de viagem dos fotógrafos Revert Klumb e Marc Ferrez e, ainda álbuns de viagens pioneiros do fotógrafo francês Maxime Du Camp e do ítalo-britânico Felice Beato foi a intenção dessa pesquisa. Estabelece vínculos entre esses álbuns com a narrativa das imagens, a construção de memória e pertencimento, e ao embate das subjetividades com o outro. A fotografia e seus álbuns, nesse período, já assumem um estatuto de verdade factual e sobrepõem-se a formas anteriores de registros de viagem como os álbuns pictóricos, também na sua versão pittoresca. Os álbuns fotográficos de viagem aportaram um novo repertório de memória visual que, como narrativas, contam histórias e presentificam esse outro lugar para aqueles que os viam, revelando e recriando uma memória de terras, pessoas e objetos distantes, estrangeiros, contribuindo para a construção de novas referências, valores, identidades e culturas.