Educar para o caos: história, cultura, arte e política em e para além de Nietzsche.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Rezende, Angela Zamora Cilento de
Orientador(a): Araujo, Paulo Roberto Monteiro de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/30965
Resumo: Nossas indagações a respeito do tempo presente nos levaram a verticalizar nossos estudos à luz da filosofia nietzschiana com vistas a encontrarmos os subsídios teóricos que nos permitiriam encontrar as pistas necessárias de critérios para a formulação de uma verdadeira educação. Para tanto, foi necessário encontrarmos chaves-de-leitura que nos levassem a efetivar nosso problema de pesquisa já que o pensador não desenvolve um pensamento sistemático, de modo que suas ideias sofrem variações sobre os temas aos quais se debruçou ao longo de sua produção filosófica. Destarte, nosso primeiro capítulo discorre sobre as relações entre cultura e história, apresenta a dupla origem dos valores em sua gênese – a grega e a judaico-cristã, perfazendo dois perfis psicológicos respectivamente, o do Senhor e do Escravo. Discute o avanço do niilismo, posto que é tido como o motor da história no ocidente que desemboca na configuração da figura do ‘último-homem’, pleno de valores utilitaristas e de um ‘nada de vontade’. Para compreendermos melhor o que Nietzsche quis dizer, foi preciso aprofundar a questão dos instintos e sua relação com a teoria da vontade de potência e com a doutrina do eterno retorno que compôs a primeira parte do capítulo dois. A segunda parte deste capítulo se desdobra a partir da ideia de um instinto artístico da natureza (Kunsttriebe) que se estende e completa o capítulo anterior quando da análise de Nietzsche sobre os valores da cultura grega e de sua degeneração quando do fenômeno socrático-platônico, com as figuras de Sócrates e Eurípedes que matam a tragédia e instauram a razão como o único critério verdadeiro para ler e interpretar o mundo. Estes capítulos forjam em sua base os ideais de homem almejados por Nietzsche e o que se apresenta em oposição a estes ao longo da trajetória histórica da cultura ocidental. Esta trajetória histórica não pode ser desvinculada da política, entendida a partir da análise do fundo moral que dela decorre, tarefa empreendida por Nietzsche e tema do nosso terceiro capítulo. Por fim, de posse destas chaves-de-leitura e do levamento dos escritos de Nietzsche sobre educação, ousamos discutir este tema com e para além de Nietzsche: em uma proposição para a educação que se levanta em oposição ao caos dos tempos modernos.