Viabilidade e evidências de impacto da versão brasileira do programa aprendiz atento para pré-escolares com TEA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pereira, Renata Jesus de
Orientador(a): Paula, Cristiane Silvestre de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/30955
Resumo: Programas que promovam a qualidade de vida e as potencialidades de crianças com transtorno do espectro autista (TEA) são relevantes, principalmente em idade pré-escolar, fase importante do desenvolvimento e na qual ainda faltam intervenções comprovadamente eficazes. O programa Aprendiz Atento (AA) foi desenvolvido para aprimorar domínios atencionais, além de contribuir com aspectos sociais e emocionais de crianças típicas por meio de jogos lúdicos em três níveis de complexidade. O AA que estimula a atenção seletiva, sustentada e o controle inibitório mostrou-se viável e bem aceito por crianças típicas, sendo de fácil aplicação e de baixo custo, portanto com potencial para beneficiar crianças com atrasos no neurodesenvolvimento. O objetivo do presente estudo foi testar a viabilidade da versão brasileira do Programa Apresendiz Atento para crianças com TEA em idade pré-escolar e verificar evidências de impacto nos domínios cognitivos, atencionais e emocionais dessas crianças. O programa foi realizado com 13 participantes entre 4 e 7 anos de idade que frequentavam três grandes centros especializados em TEA na cidade de São Paulo: Ambulatório TEAMM da UNIFESP, o Grupo Gradual e a TEAR EQUIPE MULTIDISPLINAR. Após aprovação dos pais e assinatura dos Termos de Consentimento Livre e Esclarecido iniciou-se a primeira etapa do projeto (pré-intervenção), onde todas as crianças foram avaliadas com base nos seguintes instrumentos: Matrizes Progressivas Coloridas de Raven (medida de inteligência fluida), Teste de Atenção por Cancelamento – TAC (para atenção seletiva e sustentada), THCP (avaliação de habilidades pré escolares [percepto motora, linguagem, pensamento quantitativo, memória e atenção concentrada]); Teste de Trilhas (para flexibilidade cognitiva, atenção e funções executivas). Paralelamente, suas mães responderam a dois questionários estruturados sobre aspectos emocionais de seus filhos: Emotion Regulation Chacklist - ERC e Strengths and Difficulties Questionnaire - SDQ. Na segunda etapa da pesquisa, metade das crianças (grupo experimental) recebeu a o programa AA em duplas ou trios durante 18 encontros. A última e terceira etapa foi a replicação de todos os instrumentos da fase pré-intervencão imediatamente ao final da etapa dois. Os resultados do estudo demonstraram que o AA é viável para crianças com TEA em idade pré-escolar, já que: (1) os pais aderiram a intervenção, mesmo no contexto da pandemia da COVID-19, (2) as crianças participaram e conseguiram realizar quase todos os jogos, e (3) as aplicadoras classificaram o AA como de alta qualidade em praticamente todas as tarefas, e apontaram diversos pontos positivos e poucos pontos negativos do programa. Em relação aos dados preliminares de impacto, verificou-se uma tendência de melhora em quase todas as medidas atencionais e cognitivas, mas não nos domínios emocionais das crianças. Além disso, contataram-se melhoras estatisticamente singificantes no grupo experiemental versus o grupo controle em três provas de atenção por cancelamento (segundo TAC) e duas provas de memória viso espacial do CORSI. Conclui-se nesta pesquisa que o programa AA é promissor para crianças com TEA em idade pré-escolar, inclusive com indícios de contribuição para melhora de aspectos atencionais e de memória (aptidões pré acadêmicas). Em relação aos aspectos emocionais, acredita-se que deveriam ser testados a longo prazo como uma possível consequência de benefícios adquirdos em domínios atencionais e cognitivos. Essa hipótese poderia ser confirmada em estudos futuros uma amostras maiores e com follow-up.