Autoestigma de mães de estudantes com transtorno do espectro autista do município de Niterói – Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lima, Claudete Veiga De
Orientador(a): Paula, Cristiane Silvestre de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/32614
Resumo: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento, caracterizado pelo comprometimento do desenvolvimento das habilidades de comunicação social e por padrões de comportamentos restritivos, repetitivos e estereotipados. O estigma e o preconceito impactam negativamente a vida de indivíduos com TEA, assim como a de seus familiares. Denomina-se estigma associado ou de cortesia a experiência de estigmatização social por associação a uma pessoa estigmatizada. O objetivo deste estudo foi descrever os níveis de autoestigma entre mães/cuidadores de crianças com TEA e correlacionar com sua saúde mental, apoio social recebido e qualidade de vida. Para o estudo foram entrevistadas 122 mães/cuidadores de crianças matriculadas na rede municipal de educação do município de Niterói, que responderam aos seguintes questionários: 1) questionário sociodemográfico familiar, 2) Questionário de saúde mental das mães/cuidadores (SQR-20), 3) Escala de Autoestigma entre Cuidadores, 4) Grau de desafio e estresse no cuidado do filho com TEA, e 5) Qualidade de vida e nível de apoio social de mães/cuidadores. A análise de dados envolveu análises descritivas e correlacionais (Teste t independente, Correlação de Pearson e de Spearman). Os resultados apontaram que os maiores desafios em relação ao cuidado dos seus filhos são: muito esforço para controlar os sintomas do filho, e a melhora ou a piora da sintomatologia TEA ser determinada por suas próprias ações. Em relação ao estresse no cuidado, as mães/cuidadores relataram preocupação com segurança e os comportamentos desafiadores dos filhos. Os achados das análises correlacionais revelaram que maiores índices de autoestigma das mães/cuidadores foi maior entre aquelas com: (1) mais problemas de saúde mental, (2) mais estresse relacionado aos desafios de habilidades de vida diária dos filhos, (3) menor compreensão em ter filho/filha com TEA (pior qualidade de vida), e (4) menos bem-estar (pior qualidade de vida). Conclui-se que são diversos os desafios cotidianos enfrentados pelas mães/cuidadores de indivíduos com TEA, e que sua autoestigma está associada a fatores pessoais e de sua experiência no cuidado com os filhos, indicando que para além da assistência as pessoas com TEA, programas e intervenções devem abarcar também apoio aos familiares.