Espaço urbano e subversão queer : deslocamentos de resistência, percursos e conflitos de coautoria urbana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pagnan, Redson
Orientador(a): Villac, Maria Isabel
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/32287
Resumo: A pesquisa propõe discutir as relações entre gênero e espaço urbano, a partir do conceito de coautoria urbana, ou seja, uma compreensão sobre o modo como alguns indivíduos ou grupos subverteram o significado dos espaços urbanos com diferentes formas de ocupação e apropriação da cidade. Novas práticas sociais relacionadas aos usos espaciais foram propostas inicialmente pela comunidade gay que a partir da espacialização do desejo criou, praticamente, uma “cidade queer”, isto é, alguns espaços instituídos a partir dos novos anseios do corpo do cidadão, antes compulsoriamente recriminado e normatizado por estruturas reguladoras, inclusive pela Arquitetura. Ao ter este novo uso do espaço revelado, percebemos que um conflito é criado entre o saber institucionalizado sobre as cidades e o saber que é constituído pelo corpo-ocupação, fomentando assim, a ideia de coautoria urbana como um tipo de conhecimento. Ser um coautor é responder às desigualdades por meio de sua colaboração na construção de saberes sobre a cidade, colocando o corpo ativamente como instrumento de resistência. Assim, como objetivo principal temos o debate das práticas sociais dos sujeitos e sobre os elementos que permeiam esses espaços na cidade de São Paulo, tratando das questões contemporâneas de queer spaces. Nesse contexto, identificamos possíveis conflitos enfrentados: formas de inserção social e espacial, percursos, limites e fronteiras, seus enfrentamentos, traços de sociabilidade e identidade que são construídos e constituídos na interação de um grupo e seus movimentos de apropriação urbana. Desse modo, temos categorias de produção do espaço urbano contemporâneo, aliadas as práticas dos sujeitos. Assim, formamos um corpus de análise composto por recortes de locais específicos no eixo Avenida Paulista – Praça da República. Para análise, abrimos um diálogo entre a teoria da Arquitetura e do Urbanismo, com reflexões vindas da Filosofia, da Sociologia e da Antropologia com os estudos das teorias Queer que permitem pensar gênero, sexualidade, raça e classe social, para além dos binarismos controladores. Portanto, a pesquisa propõe estudos de micropolíticas que geram micro articulações urbanas e, assim, espera-se contribuir para ampliar no campo da Arquitetura e Urbanismo discussões acerca da organização das cidades (e no campo das Teorias Queer, fomentar a discussão aliada ao urbano) a fim de que possam ser mais inclusivas e, então, aprofundar o entendimento sobre a apropriação da cidade e a produção espacial urbana, tendo em vista que a coautoria urbana é um exercício da cidadania.