Olhares para o tempo (e o vento): um estudo da cronotopia na literatura verissiana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Novroth, Ana Lúcia Macedo lattes
Orientador(a): Alvarez, Aurora Gedra Ruiz lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/27864
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo investigar a cronotopia na obra O tempo e o vento, de Erico Verissimo, visto que nela há recorrência de um conjunto de motivos espaço-temporais que dão sustentação às diferentes experimentações e possíveis transformações da personagem no percurso narrativo. Tempo e espaço não são apenas pano de fundo para a trama, mas impulsionadores da diegese e fundamentais na construção da identidade dos heróis ao longo de sua trajetória, dado que a cada tempo histórico há um novo homem e uma nova percepção de mundo. Essas categorias serão estudadas por diferentes vieses, dentre os principais, apontam-se: a Teoria da Literatura, a Fenomenologia e a Filosofia da linguagem. Amparando as discussões das questões propostas, comparecem Gérard Genette, Mircea Eliade, Gaston Bachelard e Mikhail Bakhtin, sendo o último convocado especificamente no que toca ao cronotopo e aos discursos produzidos pelo sujeito no espaço-tempo. Entende-se que um tratamento multidisciplinar do objeto estético permite um maior alcance na investigação, à medida que se estabelecem diferentes pontos de vista sobre a temática. Para dar conta desta empresa, em primeiro lugar o tempo e o espaço serão analisados como categorias narrativas estudadas pela Teoria literária, em seguida, será demonstrado como Mikhail Bakhtin, sob o enfoque da Filosofia da linguagem, as unifica e as transforma no conceito singular de cronotopo. Entende-se que o olhar ganha relevância como elemento de instalação da autoconsciência, a partir do olhar em relação ao outro: quem olha, quando e de onde.