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São Luiz do Paraitinga: patrimônio, reconstrução e memória coletiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Tania Cristina Bordon Mioto lattes
Orientador(a): Simões Júnior, José Geraldo lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/28332
Resumo: A cidade de São Luiz do Paraitinga, referência história e cultural do Vale do Paraíba paulista, foi arruinada por uma inundação em 1º de janeiro de 2010, resultado de diversos fatores, dentre eles, a ocupação crescente das várzeas, a propagação das pastagens, e o transbordamento do rio Paraitinga que circunda a cidade. Esse cataclismo atingiu edificações referenciais e o núcleo histórico tombado (desde 1982), pelo Condephaat, causando a destruição parcial ou total de diversos bens. Após esse evento, ocorreu o envolvimento da autora deste trabalho (de junho a dezembro de 2011) na primeira fase do Projeto de Arquitetura da reconstrução da Igreja Matriz São Luiz de Tolosa, edificação do Núcleo Histórico tombado, e uma das principais edificações da cidade. A proposta envolvia a reconstrução da Igreja, o que ocorreu em 2013, quando a Igreja foi inaugurada como era antes da inundação e, no mesmo local. Nesse cenário, a tese investigou a seguinte problemática: seria legitimo a reconstrução das edificações referenciais e dos bens tombados dessa cidade, tal como eram? Como a reconstrução é entendida dentro da história da preservação e da arquitetura? A memória coletiva poderia ser resposta que justificasse o entendimento das posturas adotadas nessa situação específica? O campo trabalhado foi o da memória coletiva e como ela auxiliou na justificativa da reconstrução de patrimônio destruída. A cidade de São Luiz do Paraitinga será nosso objeto de estudo, a fim de compreender este processo e de reconhecer seu significado. O raciocínio parte do entendimento da trajetória da preservação no Brasil, do IPHAN (Instituto do patrimônio Histórico e Artístico Nacional), dos atores principais (Rodrigo Mello Franco de Andrade e Mário de Andrade). (A partir disso, estudos sobre a Memória Coletiva e seu principal teórico, Maurice Halbwachs, complementado por aproximações à Stuart Hall, Pierre Nora, Jacques Le Goff e Ulpiano Toledo Bezerra de Meneses). Somados à pesquisa, nos apoiamos em teóricos como Gustavo Giovannoni, Roberto Pane, Paolo Marconi e Ascension Hernandez Martinez, e as réplicas na arquitetura assunto debatido na contemporaneidade. A menção aos Documentos Patrimoniais abordou o patrimônio cultural, a memória e a reconstrução e na sequência, estudou-se a formação da cidade de São Luiz do Paraitinga, os Marcos Legais - antes da inundação (Condephaat, 1982), a descrição do desastre de 2010 e os marcos legais pós-inundação (IPHAN, 2013). Abordamos as ações emergenciais pós-inundação, a reconstrução da igreja matriz comparativamente com outros estudos de caso (Capela das mercês, a Fauenkirche de Dresden e o Campanário de São Marcos). O método da pesquisa envolveu fontes primárias, bibliografias, estudos das teorias de preservação, consultas ao projeto de reconstrução e documentação existente nos órgãos responsáveis pelos tombamentos, leis de proteção do patrimônio cultural, pesquisas e estudos de casos atrelados a situações de cataclismos e destruições bélicas. A tese poderá indicar e contribuir para uma reflexão futura em projetos e práticas das obras que envolvam esta opção de reedificar fielmente como era antes da destruição (seja por cataclismos, conflitos bélicos ou fadiga estrutural e arruinamento) os, monumentos ou edificações de valor histórico e simbólico. Uma reconstrução que respeite as relações anteriores existentes entre as construções, a cidade, e a comunidade, justificada pela memória coletiva.