A construção da dimensão local e de micropolíticas urbanas a partir do resíduo

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Ladeira, Anariá Reis Simões
• Orientador(a): Guatelli, Igor
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
• Palavras-chave em Português: viadutos; espaços residuais; não-lugar; acolhimento; heterotopia; Khôra; porvir; rizoma
• Link de acesso: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/28854

A presente pesquisa propõe investigar as apropriações e expropriações dos territórios sob vias elevadas — essencialmente viadutos —, lugares estes esquecidos na cidade e que são considerados espaços residuais, rompendo com a dinâmica urbana. A estrutura conceitual da dissertação foi constituída com o objetivo de ancorar uma reflexão crítica complexa e mais profunda sobre a ocorrência desses espaços em diferentes contextos urbanos e culturais. Os termos apresentam leituras e amarras referentes a espaços que carregam muitas significações e subjetividades para além do seu uso óbvio, que são ou têm potencial para serem ocupados de diversas formas, efêmeras ou permanentes, podendo ser concomitantes ao uso original do espaço, justapostos ou contrapostos a ele, revitalizados, abertos ao porvir, gerando assim novos significados. A função principal dos viadutos é a ligação entre dois pontos da cidade; porém, é possível identificar novos fins e destinações a partir de singulares apropriações para esses vazios, que são oriundos de suas próprias disposições no território. O estudo parte de um recorte nacional e internacional de exemplos de ocupações encontrados sob viadutos, sendo nove os selecionados como suporte à reflexão que almeja ser enriquecida pelas diferenças que os aproximam e os distanciam. A pesquisa teórico-conceitual foi construída a partir de questões que elegemos como importantes, ligadas ao direito à terra, à cidade, à vida e ao exercício da liberdade e da ação política. Esse campo teórico olha para o momento presente com uma lente indagativa e reflexiva sobre os processos de apropriação de tais espaços, amparando-se em conceitos que nos ajudarão a pensá-los criticamente. Uma lente reflexiva que põe foco em técnica, micropoderes e intervenções do Estado, responsáveis pelo acolhimento e/ou inibição e interdição a essas ações.