Paulo Freire e Bakhtin:um diálogo possível

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Silva, Edite Marques da lattes
Orientador(a): Vasconcelos, Maria Lúcia Marcondes Carvalho lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/25099
Resumo: Esta tese traz um estudo da proposta freireana para a alfabetização, a partir da hipótese de interfaces entre seus pressupostos e os da filosofia da linguagem de Bakhtin, delimitados nos objetivos. Para tanto, buscou-se refazer o percurso das leituras empreendidas por Freire na construção da arquitetônica de suas proposições. Nessa direção, seguiu-se o panorama da produção de Freire, apresentado por Souza (2001), no livro Um convite à leitura de Paulo Freire. Na reconstrução dessa trajetória, alguns estudos de vital importância: Vasconcelos & Brito (2006), um glossário dos Conceitos de educação em Paulo Freire, tratando de termos como antidiálogo, diálogo, dialogação, dialogismo. Rosas (2004) e Scocuglia (1999), um resgate das experiências que o conduziram às leituras no intuito de fundamentar as concepções forjadas em tempos fundantes . Também nessa perspectiva, mapeou-se o percurso dos conceitos filosóficos de Bakhtin, seguindo a cronologia apontada pelos biógrafos Clark & Holquist (2003), Ponzio (2008). No trato com os principais conceitos de Bakhtin, foram tomados os estudos de Brait (2005, 2006 e 2009) e de outros como Faraco & Tezza (2009); Faraco (2001), Tezza (2002); Souza (2002), Fiorin (2001), Sobral (2005, 2009), que apontam o percurso dos principais conceitos constitutivos da filosofia por ele proposta, dos quais foram elencados linguagem, palavra, consciência, diálogo e dialogismo. Não em uma perspectiva estanque, mas no interior do macroprojeto filosófico desse pensador que colocou a linguagem no cerne da interação humana, da qual resulta a valoração do mundo, refletida e refratada pela palavra, material da linguagem. Tal projeto trilhou um caminho de aparentes coincidências com o de Freire, que construiu uma proposta educativa na qual a palavra deixasse de prestar serviços à opressão. No percurso, Freire sistematizou proposições para a alfabetização, as quais nesta pesquisa denominaram-se de Pedagogia da Leitura. A análise do pensamento de Bakhtin partiu do texto Para uma filosofia do ato, apontado como a matriz filosófica de tudo o que vem depois; que confirma e esclarece os demais textos (Amorim, 2009); síntese do pensamento bakhtiniano (SOBRAL, 2005). De Freire, iniciou-se com A Importância do Ato de Ler em três artigos que se completam (2008), cuja leitura exigiu retorno à sua primeira sistematização escrita: Educação e Atualidade Brasileira (2001), perpassando outras obras nas quais fundamentou os pilares de sua proposta e esboçou os pressupostos linguístico-filosóficos para a alfabetização. Em uma breve discussão, os aspectos histórico-sociológicos condicionantes da filosofia de Bakhtin, dos conceitos elaborados nas bases de sua antropologia filosófica. Na sequência, dois encaminhamentos são apresentados: a análise do trajeto de Freire e de Bakhtin espaços e tempos, concepções subjacentes aos escritos ou neles explicitadas, distanciamentos e convergências entre os determinantes de suas leituras. Depois, o confronto do arcabouço filosófico do que neste estudo é concebido como uma pedagogia freireana da leitura e o da filosofia bakhtiniana da linguagem; as vertentes teóricas de cada um. Aproximações e\ou distanciamentos entre suas concepções de linguagem, palavra, consciência, diálogo e dialogismo, nas leituras que empreenderam. Na conclusão, os (des)encontros entre esses grandes filósofos do Dialogismo são analisados.