A natureza na cidade: uma abordagem crítica ao paradigma ecológico no planejamento do sistema de áreas verdes paulistano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Casimiro, Matheus de Vasconcelos
Orientador(a): Lima, Ana Gabriela Godinho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Presbiteriana Mackenzie
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://dspace.mackenzie.br/handle/10899/31241
Resumo: A tese insere-se no campo de pesquisa do paisagismo e do planejamento urbano, tendo como objeto de estudo o processo de incorporação da natureza ao planejamento do espaço livre público urbano, na era moderna. Esse processo é analisado a partir de diferentes discursos que descrevem a transformação ou criação de tipologias de espaços ajardinados dentro do ambiente das cidades, o que ocorre de forma mais sistêmica no município de São Paulo a partir do século XIX. Tendo em vista o fato de que muitos destes discursos evocam motivações ambientais ao se mencionar a integração do mundo natural ao meio urbano, a hipótese aqui formulada sustenta que, embora as intenções evidentes destes discursos sugerem alinhamento ao “paradigma ecológico”, na verdade, parecem fundamentar-se de forma mais consistente em pressupostos de valoração ética ainda calcados no “paradigma antropocêntrico exacerbado”. Na intenção de verificar essa hipótese, o trabalho visa identificar, analisar e propor uma discussão acerca dos diferentes discursos proferidos pelo poder público municipal paulistano que, no sentido de justificar a provisão do sistema de áreas verdes (SAV), em diferentes épocas, adota pressupostos vinculados ao “paradigma ecológico”. Verificou-se, entretanto, que o fundamento da ação municipal ainda está pautado por pressupostos vinculados ao “paradigma antropocêntrico exacerbado”, constatado em análises de duas fases distintas: na caracterização dos discursos que descreveram as alterações de enverdecimento de três “tipologias históricas” e na caracterização de programas de gestão que almejaram criar política de aprovisionamento de áreas verdes municipais a partir da década de 1960. O desenvolvimento da pesquisa e a exposição de seus argumentos foi estruturado em três partes: a primeira, destinada ao referencial teórico e fundamentação conceitual caracterizando o termo “paradigma ecológico” abordado na investigação; a segunda, na descrição do processo de transformação de três tipologias históricas, a praça pública, os parques públicos e as áreas protegidas; a terceira, destinada à análise de ações políticas de provimento do SAV, com destaque aos programas “Plano para as Áreas Verdes e de Recreação” e a “Política do Verde para São Paulo”, produzidos respectivamente em 1969 e 1974 e o programa “100 parques para São Paulo”, finalizado no ano de 2012. Apesar de se confirmar a condição ainda de emergência do “paradigma ecológico” no contexto do planejamento do SAV municipal, aponta-se a relevância da adoção de seus pressupostos no campo do planejamento urbano, pois esta parece ser a posição apropriada para o enfrentamento da iminência do colapso ambiental que se evidencia em escala planetária.